Muralha da Avenida “pode ser dificuldade transformada em oportunidade”

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DR/CMH

O Presidente da Câmara Municipal da Horta dedicou ontem à noite grande parte da sua intervenção na abertura do programa “Faial: Descobrir a História, pensar no futuro”, organizado pela Associação de Turismo Sustentável do Faial, à abordagem da questão da antiga muralha da vila e cidade da Horta, que tem suscitado aceso debate na opinião pública faialense.
“Não vou fingir que não há um elefante no meio da sala. Pelo contrário, vou abordar com frontalidade, transparência e literalmente sem taipais, a obra em curso na Frente Mar”, assumiu.
Carlos Ferreira começou por indicar que a obra em curso, com prazo de execução de 18 meses, tem um valor de 3,010 milhões euros, com financiamento comunitário de cerca de 1 Milhão de euros no âmbito do PO 2014-2020, que inclui saneamento básico, ilhas ecológicas e ciclovia. Orçamento curto, adianta o edil, “para uma obra desta natureza, mas ainda assim essencial para o Município”.
O autarca lembrou que um dos projetos concorrentes a esta obra, previa – inclusivamente – deixar a muralha à vista, não tendo sido esse o projeto escolhido em 2014. “O projeto definido há 8 anos prevê que a muralha seja protegida e soterrada novamente em todos os troços em que tal seja possível, mas prevê também a infraestruturação e a colocação de caixas de saneamento básico, com sacrifício da muralha, nos sítios onde tal seja exigido”, esclareceu.
Nesse âmbito, Carlos Ferreira revela que esta mesma informação foi, ainda ontem, formalmente confirmada à Câmara Municipal pelo Empreiteiro e pela Fiscalização, no próprio local, acrescentando que “o Tufo que se encontra na parte superior da muralha tem de ser retirado nos pontos em que está numa cota superior à que é permitida pelo nível da nova via e da zona pedonal, situação que obrigou também à retirada do coroamento da muralha no troço que se encontra exposto nesta fase”.
Consciente da complexidade técnica do assunto, mas também com a noção do que importa preservar, o Município deu instruções para que junto do Projetista seja identificada a melhor solução para potenciar o elemento arqueológico, devolvendo-o à Cidade e ao povo faialense.

“Tudo faremos para deixar à vista uma secção da muralha. Entendemos que desta forma será valorizado o património edificado e permitirá a sua disponibilização aos residentes e a quem nos visita”, defendeu o edil.
Reconhecendo a importância do debate franco, responsável e plural, que em democracia é sinal de progresso e de evolução cívica e cultural, permitindo a expressão pública; a opinião fundamentada; e a vontade esclarecida, o Presidente da Câmara afirmou que “o Município não pode ser governado com base em meras opiniões de cada cidadão, pois tornar-se-ia ingovernável, mas pode, e deve, ouvir o contributo global e os técnicos da área, e tomar as decisões mais adequadas”, frisou.
E concluiu a sua intervenção com a confiança que “se tudo correr como esperamos, esta dificuldade será transformada numa oportunidade, porque o desenvolvimento também se faz de cultura”.

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