NA PENUMBRA? NÃO, NÃO DEIXAMOS…!

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Circulava há dias numa rua desta nossa cidade da Horta, quando avistei, no passeio, um Amigo de há mais de cinquenta anos, a quem me ligam laços sólidos. Parei o carro, abri o vidro e desejei-lhe umas Boas Festas. Esse meu Amigo retribuiu os votos e acrescentou que “me dava também os parabéns por ter, recentemente, voltado a escrever regularmente num jornal local”. De seguida acrescentou que “é preciso que as pessoas de cá batalhem muito, incluindo nos jornais, senão o Faial fica na penumbra”.
Relato aqui este pequeno episódio, revelador de um sentimento muito geral no Faial, que nos mostra que há uma consciência viva de que as orientações políticas do Governo Regional dos Açores, nos últimos anos, tendem a empurrar o Faial, com o seu porto, a sua cidade, a sua capacidade produtiva, a sua capacidade turística, a sua muito rica história e o seu papel centenário na divulgação dos Açores, para um plano secundário, no contexto regional.
Essa “consciência viva” de que assim é, não nasceu do nada. Nasceu de uma prática política concreta que assentou e assenta no retardamento do investimento publico nesta ilha; no recusar, sistematicamente e durante anos, a que sejam procuradas soluções para questões centrais, como são as que se ligam ao Aeroporto; na alteração de orientações, antes assumidas, que visavam resolver certos problemas, nomeadamente na área do Porto; a recusa em executar projetos urbanísticos que foram decididos e que influenciaram e motivaram muitas outras decisões, como é o caso da 2ªfase da Variante à cidade.
Anotamos aqui, a titulo de exemplo, as questões precedentes, mas há muitas mais que ajudaram a criar esta terrível ideia de que temos um Governo Regional que elegeu uma das nove ilhas, o Faial, para ser por ele tratada de forma acintosamente diferente, de forma deliberadamente humilhante e de forma completamente desadequada das necessidades objetivas.
Temos esta situação atual, mas temos que lutar por mudanças de orientação que levem ao tratamento certo, de entre várias outras, das questões seguintes:
Garantir que o aeroporto da Horta, e todos os outros que têm ligações diretas com o Continente, continuarão a tê-las, sendo para isso necessário definir as obras que são necessárias e o tipo de aeronave que o deve operar nessa ligação. Garantir que a “liberalização” realizada no transporte aéreo, não sirva para estabelecer preços disparatadamente altos, para não residentes, na Azores Air Line, no voo direto para a Horta, empurrando potencias utilizadores para outros destinos nos Açores ou para voos com entrada por outra ilha;
Garantir que as obras do reordenamento do Porto da Horta, agora de novo faladas, abranjam todas as áreas da vida portuária, não introduzam fatores de redução da operacionalidade portuária e não firam, antes potenciem, a principal vocação deste porto que é o apoio e a escala da Náutica Internacional de Recreio. Todos sabemos que a orientação que foi dada ao novo molhe Norte, apontando-o quase de NE para SW, criou uma nova e negativa realidade, “empurrando” com força o mar do Norte para dentro da bacia principal da doca. Há que saber ao certo se as soluções agora apresentadas, de construção de uma rede de pontões na parte Sul do porto, não geram fenómenos negativos para a operacionalidade de que se necessita.
Garantir que os projetos e planeamento existentes para atualização, restauro e modernização da vida e da paisagem urbana da Horta, possam ser executados, assegurando previamente a adequada circulação do Norte para o Sul da Ilha e, de ambos os lados para o porto, no que toca à circulação de mercadorias. Todos sabemos que os contentores de 20 e 40 pés que veem do Norte para o porto ou que saem do porto para esse lado da ilha, circulam hoje na Avenida 25 de Abril. Depois das obras da frente mar, tal não será, nem possível nem desejável. Sem a 2º fase da Variante qual é a alternativa?
Estando o espaço que disponho, próximo de estar esgotado, resta-me, retomando o pensamento daquele meu Amigo, sublinhar que a necessidade de serem alteradas orientações em relação ao Faial, resulta desde logo de que não queremos “estar na penumbra”, porque qualquer retrocesso no desenvolvimento desta ilha, ou não aproveitamento das suas potencialidades, significa, antes de mais e acima de tudo, um retrocesso no desenvolvimento do conjunto dos Açores!
Que o ano de 2017 seja o ano em que, nestes aspetos, a política regional seja retificada e reequilibrada, é o Voto que aqui deixo!
Bom Ano para todos!

26/12/2016

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