O fim do Verão

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1. Apesar do Verão terminar oficialmente no dia 23 de Setembro, já é visível que o mesmo findou na ilha do Faial. A juventude que faz renascer a nossa ilha no verão já partiu, com a sentida despedida de pais e filhos, que se repete, ano após ano, para aqueles que pretendem seguir estudos. Os familiares e amigos que nos visitam nesta altura já voltaram às suas vidas, quer seja no Continente, num qualquer país da Europa ou na América do Norte, onde procuraram as suas ambições ou melhores condições.
Os turistas já aparentam ser em menor número, a noite volta a ser modesta, centrada em espaços fechados e com as caras de sempre. No fim-de-semana, durante a tarde, a cidade volta a ficar quase deserta, na sua sossegada pacatez e bonita melancolia.
Durante a semana as praias ficam despidas de gente, pintadas ainda aqui e ali, pelos mais resistentes, e já é possível ir jantar aos restaurantes mais concorridos sem nenhum tipo de marcação.
A noite já começa a ficar fresca e a tempestade Helene veio lembrar-nos que o Outono já está aí. O Sol, esse, recusa-se a deixar-nos, após um verão prolongado, com pouca chuva, para regalo de alguns e aflição de outros, permitindo muitas e bonitas fotos do nascer e pôr-do-sol.
As despedidas foram feitas, as mesas ficam mais vazias, os dias mais pequenos, a azáfama dos convívios reduzida, a saudade aperta e a vida continua.
2. Entretanto já são conhecidos alguns números sobre o turismo deste verão, nomeadamente as dormidas de julho e o número de passageiros desembarcados em agosto.
Nos Açores, no mês de julho, o número de dormidas nos estabelecimentos hoteleiros obteve um decréscimo homólogo de 2,2%, consubstanciado na descida de estrangeiros, já que os residentes em Portugal aumentaram. Em contrapartida os proveitos totais aumentaram 8%, para 14,5 milhões €. Menos dormidas mas mais dinheiro por turista.
Importa salientar que estes dados não referem os números de dormidas nos alojamentos locais, setor que tem tido um aumento considerável nos Açores.
A ilha do Faial com 0,5%, juntamente com a ilha do Corvo (1,8%), foram as únicas que tiveram uma variação positiva, tendo o Faial obtido um total de 17026 dormidas no referido mês. No entanto, nos primeiros 7 meses o Faial, como a larga maioria das ilhas (excetuando Pico e Corvo), obteve uma variação negativa, de 0,6% na hotelaria tradicional, perfazendo um total de 60483 dormidas. Valor este que demonstra que continua a ser o motor turístico do Triângulo, se verificarmos que Pico e São Jorge juntos perfazem 48650 dormidas (35189 e 13461, respetivamente), isto apesar dos constrangimentos nas acessibilidades aéreas à ilha do Faial e do crescimento vivenciado no Pico nos voos e dormidas.
Quanto aos proveitos totais, no Faial ascendem aos 3,4 milhões de euros nos primeiros 7 meses do ano, um aumento de 14,6% em relação ao mesmo período do ano passado, aumento esse que nos proveitos em aposento aumentou 18,5%. Nada mais, nada menos, que a 2.ª maior variação homóloga dos Açores, em ambos os parâmetros.
No que toca a passageiros desembarcados, no mês de agosto, foram contabilizados 17792 na ilha do Faial, um aumento de 2,3% em relação ao período homólogo. Nos primeiros 8 meses do ano atingiu-se os 83794 passageiros, +3,4% em relação ao ano passado.
O aumento não é tão elevado como o registado na vizinha ilha do Pico, que obteve +12,2% nos primeiros 8 meses do ano, servida que foi (e bem) com mais voos, mas estamos a falar de um valor de passageiros que é pouco mais que a metade do Faial, com 49428.
Também assim se comprova que ambas as ilhas têm capacidade para crescer e que as mesmas são complementares e não concorrentes. Haja sim uma melhor capacidade na prestação do serviço de transportes aéreos, para assim assegurar as devidas e merecidas acessibilidades ao Triângulo.

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