O Flagelo do Desemprego

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Uma das consequências mais aterradoras desta devastadora crise que nos assola é o desemprego. Os valores sobem de trimestre para trimestre e nos últimos dias já se diz que isto não vai ficar por aqui, que o desemprego vai continuar a aumentar no decorrer deste ano. A Comissão Europeia estimou que a taxa de desemprego feche o ano de 2013 nos 17,3%, acima dos 16,4% que o Governo tinha inscrito no Orçamento do Estado.
Os mais recentes dados divulgados pelo INE contabilizam, no quarto trimestre de 2012, um total de 923,2 mil desempregados no nosso País, um recorde absoluto, que fez elevar a taxa de desemprego para os 16,9%, face aos 15,8% observados no trimestre anterior. 
As taxas de desemprego mais elevadas foram registadas na Madeira e Algarve (19,7%). Por seu lado, os valores mais baixos observaram-se no Centro (12,7%) e nos Açores (16,2%).
Se estes números são extremamente preocupantes, então quando se fala de desemprego jovem, os números tornam-se avassaladores. A taxa de desemprego entre os jovens em Portugal continua a subir e chegou no quarto trimestre de 2012, aos 40%! 
Taxas de desemprego com esta proporção traduzem-se obviamente num aumento brutal das prestações de desemprego. A subida da despesa do Estado com o subsídio de desemprego foi de 33,2% em janeiro, mais 256 milhões de euros, indica o boletim da execução orçamental da Direcção-Geral do Orçamento, ultrapassando largamente a subida de 4,7% fixado pelo Governo no Orçamento do Estado. E este é um valor que não deverá corrigir ao longo do ano, tendo em atenção as estimativas de que o desemprego vai continuar a subir. Apesar disso, do total de desempregados, só 400 mil pessoas recebiam prestações de desemprego em dezembro passado, o que equivale apenas a 43% do número total de desempregados. 
O desemprego traduz-se na falta de liquidez das famílias, o que leva à falha dos compromissos bancários assumidos quando os portugueses contavam com outro nível de vida. De acordo com dados revelados pelo Banco de Portugal mais de 679 mil famílias portuguesas têm empréstimos em atraso.
Outra das consequências da falta de liquidez das famílias é o aumento das falências, que aumentarem 41% face ao ano passado, e, necessariamente, a recessão da economia. O INE revelou que a economia contraiu 3,2% no conjunto do ano, o que supera a previsão de 3% esperada pelo Governo da República. No último trimestre de 2012, o Produto Interno Bruto caiu 3,8% quando comparado com igual período do ano anterior. Esta quebra foi a segunda mais pronunciada entre os estados-membros da União Europeia, só ultrapassada pela Grécia. De realçar que a Comissão Europeia estima um PIB de -1,9% para 2013, o dobro do que o Governo previa inicialmente. A dívida pública subiu de 108% do PIB, no ano em que Passos chegou ao poder, para 122,5% no final de 2012.
Desde a tomada de posse deste Governo, nenhuma das suas metas económicas e orçamentais bateram certo. Os Portugueses cumpriram com os seus sacrifícios, o Governo, para além de ter escolhido ir para além do que estava previsto no memorando inicial da Troika, falhou em todas as suas previsões e continua a falhar.
Já não restam dúvidas: a meta do défice voltará a falhar! Perante tais factos o Governo da República recuou. Agora já quer alterar as metas, já se dispõe a pedir mais tempo à Troika, reconhecendo que mais tempo não implica mais dinheiro e até já requereu igualdade de tratamento face à Grécia na assistência financeira. Tudo isto já se previa, todos os comentadores o escreviam, qualquer pessoa com dois dedos de testa percebia que o caminho trilhado só poderia ter esta consequência: a economia portuguesa está em recessão profunda e 250 mil portugueses foram atirados para o desemprego em apenas dezoito meses do Governo.
 
 

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