OE2020: PCP diz que “não é coerente” rejeitar propostas “só por causa da origem”

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    O secretário-geral do PCP defendeu hoje que “não é coerente” rejeitar propostas “só por causa da origem”, referindo-se à possibilidade de o PSD estar disponível para “conversar” com a esquerda parlamentar para baixar o IVA da eletricidade.“No orçamento anterior estivemos sozinhos e a nossa proposta não prevaleceu devido às votações de outras bancadas. Se houve bancadas que alteraram a sua posição e nos procuram acompanhar, não é uma coligação negativa, é um passo adiante que nós valorizaríamos muito”, afirmou Jerónimo de Sousa.

    Em declarações aos jornalistas, à margem de uma visita a investimentos em curso na autarquia governada pela CDU de Alcácer do Sal, no distrito de Setúbal, Jerónimo de Sousa afastou a ideia de existência “de jogos e de exercícios aritméticos no posicionamento das diversas bancadas”.

    “Tínhamos uma proposta, voltamos a apresentá-la nesta legislatura e agora vamos ver o resultado”, adiantou.

    O líder comunista disse “desconhecer o conteúdo” da proposta do PSD e congratulou-se com a aproximação às propostas dos partidos da esquerda.

    “Não conheço o conteúdo da proposta do PSD, porque geralmente as propostas são parecidas, mas depois descobrimos diferenças substantivas. Aquilo que dizemos é que ainda bem que deram a razão ao PCP e apresentaram propostas similares. Isto é bom, não é negativo e oxalá esse posicionamento, se for sincero, se concretize em relação ao IVA” na eletricidade, afirmou.

    Jerónimo de Sousa considerou que, “em termos democráticos, só por causa da origem, rejeitar liminarmente propostas não é coerente”.

    “Quem acompanha a Assembleia da República sabe que muitas vezes existem convergências de posições de voto que não iludem as divergências e as diferenças, mas penso que qualquer proposta não deve ser diabolizada”, disse.

    Insistindo na ideia de que “não se trata de uma coligação circunstancial ou negativa” e em resposta ao Partido Socialista, o líder comunista considerou que “o PS tem de ver o alcance e a bondade da medida”.

    “O ano passado o PS não nos acusou de coisa nenhuma em torno dessa proposta. Nós consideramos que é uma medida que, no plano do impacto, diria que será reduzido. Terá mais dificuldades em que qualquer deslocação de pequenas verbas contrariem a sacralização do excedente orçamental e o que o PS deveria dizer é se, sim ou não, é uma proposta justa, adequada e aplicável”, afirmou.

    Questionado sobre o sentido do voto final do PCP no Orçamento do Estado para este ano, Jerónimo Sousa disse que “ainda não está decidido” e que “a próxima semana vai ser decisiva” com “o debate na especialidade”, em “que muitas das matérias saem da comissão e têm de ter apreciação parlamentar”.

    “Esta fase dos conteúdos concretos vai ser determinante para decidirmos em relação à votação da proposta do Orçamento do Estado”, concluiu.

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