A Caulerpa Webbiana é uma alga exótica, considerada uma das 100 piores espécies invasoras.
Esta espécie chegou ao porto da Horta em 2002, provavelmente presa no casco de alguma embarcação, e este é o único local dos Açores onde existe.
Em 2005, o Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores (UA) avançou com uma operação de erradicação da Caulerpa, que não está, no entanto, a ter os efeitos desejados, como referiu o director regional dos Assuntos do Mar, na tarde de ontem, após um mergulho com um grupo da UA para observar a situação na baixa da Feteira.
Frederico Cardigos acompanhou a equipa que está a fazer o rastreio da Caulerpa Webbiana e confirmou que “a alga alargou ainda mais o seu campo de distribuição”. Do porto da Horta, estendeu-se à baixa da Feteira e, no lado norte da ilha, “já quase entra na baía da Praia do Almoxarife”, disse.
“Apesar dos esforços que têm sido feitos pela UA, não estamos a conseguir ganhar esta batalha”, refere o director regional, para quem é urgente que se passe à fase dois, onde se prevê uma intervenção “mais musculada”.
De acordo com o responsável, será utilizado “um método mais incisivo que inclui soterrar a própria alga”: “vamos colocar inertes sobre esta zona central da sua distribuição e depois concentrar os esforços com os mergulhadores nas zonas dos limites de distribuição mais exterior”, salientou.
Para Cardigos, esta solução deve contribuir para controlar pelo menos o raio de distribuição e evitar que a alga chegue ao Pico”. “Pensamos conseguir ganhar alguma vantagem sobre a distribuição da Caulerpa Webbiana e fazer com que, pelo menos, não aumente ainda mais o seu raio de abrangência”, disse.
Frederico Cardigos esclareceu ainda que “a Caulerpa Webbiana é uma alga que não serve de alimento a qualquer tipo de peixe ou invertebrados marinhos”, o que faz com que se torne “extraordinariamente abundante” e se reproduza livremente, ganhando “densidades elevadíssimas”.
“Se deixarmos a Caulerpa Webbiana alastrar-se mais podemos estar a provocar um problema económico grave”, explica o director regional, referindo-se ao impacto que a alga pode ter na actividade piscatória.