O Presidente da Assembleia Legislativa dos Açores, Luís Garcia, apelou sábado, em Ponta Delgada, à Ordem dos Arquitetos, para que ajude a contrariar a visão centralista do País, que se reflete no novo Pacote de medidas para a Habitação lançado pelo Governo da República.
“Deixo aqui o desafio para que façam ouvir a vossa voz avalizada e experiente, dando o vosso contributo insubstituível na inversão desta tendência centralista do País”, afirmou o Presidente Luís Garcia, na sessão de encerramento do XVI Congresso da Ordem dos Arquitetos, que veio, pela primeira vez, reunir no arquipélago dos Açores.
Durante a sua intervenção, o Presidente da ALRAA pediu que a Ordem dos Arquitetos “eleve o debate a outro nível” e apresente “contributos válidos para que o Programa Mais Habitação volte a Conselho de Ministros mais consubstanciado e adequado à realidade nacional, sem esquecer as especificidades regionais, muito diferentes das realidades dos grandes centros urbanos”.
No final de um congresso dedicado à “Qualidade e Sustentabilidade”, o Presidente da Assembleia Legislativa dos Açores lembrou ainda que “ao problema da habitação se alia outro, tão ou mais premente, que é o despovoamento dos nossos territórios, sobretudo os mais periféricos”.
“Se queremos fixar e captar jovens, uma das condições que temos de assegurar é uma habitação condigna, sendo isto tão válido para Bragança ou Odemira, como para as Flores ou Corvo”, disse, sublinhando que o que temos hoje é “outra realidade. Uma realidade em que Lisboa recebe tanto do Plano de Recuperação e Resiliência como 284 concelhos portugueses juntos”, o que nos mostra um País “centrado e concentrado em Lisboa”.
“Inverter esta tendência exige mais de todos nós, desde logo, com a adoção de políticas públicas diferentes”, afirmou o Presidente da Assembleia Legislativa dos Açores, sublinhando que só assim podemos construir um País “com todos os seus territórios desenvolvidos e povoados de forma equilibrada”.