Quanto vale uma petição de cidadãos?

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DR/TI
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A semana passava foi rejeitada a alteração do decreto de lei, que dita até quando podemos usar como ferramenta, a morte como controlo efectivo e populacional dos animais de companhia nos Açores.

A história desta alteração começou no fim do ano passado, com o Partido Pessoas Animais Natureza dos Açores a apresentar uma Iniciativa Legislativa de Cidadãos para acabar com o abate na região em 2018, ao contrário do ano de 2022, promulgado na altura pelo governo regional. O PAN Açores de seguida, lançou uma petição com o mesmo teor que, com a ajuda de muitas associações e cidadãos anónimos, conseguimos em 2 horas ter a quantidade necessária para apresentar na Assembleia Regional. Em 48 horas conseguiu-se assinaturas suficientes para ser a segunda petição mais votada de sempre, desde 2001, nos Açores.
O primeiro peticionário, foi convidado para ser ouvido na Assembleia Regional, pela comissão de economia. Foi recebido com abraços carinhosos e palavras de incentivo por parte dos deputados, rasgando elogios pela petição recentemente lançada.
A cidadania activa funcionava de forma surpreendente, e o PAN Açores rejubilava com esperança nesta vitória.
Mas foi apenas preciso um punhado de dias, e os mesmos deputados que deram palmadinhas nas costas do povo que assinou a petição, que até foram bem esfregadas, votaram contra uma alteração à lei com o mesmo intuito.
Os deputados com um tique de imperador romano, que dita a vida ou a morte de um ser vivo, colocaram o polegar em baixo e aprovaram a morte de 10 mil animais até 2022.
Esta petição tinha dois grandes objectivos, acabar com o desleixo da maioria das autarquias em não cumprir com um desígnio da população e com isso, deixar de usar a morte como ferramenta pérfida de controlo da população animal.
Só um único partido votou a favor, o partido que apresentou a alteração. A classe política, em tão poucos minutos, envergonhou tanto uma região, lançando-a novamente para o século passado, esquecendo completamente que estão a representa-la, e com isso obrigando a uma análise profunda de quanto vale uma petição de cidadania.
Para que não bastasse e após a rejeição desta proposta, vem o deputado monárquico intitular-nos de nazis porque, como o senhor diz, damos mais valor aos animais do que às pessoas.
Além de não conhecer o nosso trabalho nem ler correctamente a designação do nosso partido, partido único que contém a palavra pessoas no seu nome, roça aquilo a que chamo de leviandade assustadora, querendo mostrar pela quarta vez, uma comparação bacoca e fora de um estilo que deveria ser na sua íntegra, democrático.
Tais insurgências deixam-me perplexo com tanta incoerência. Senão vejamos, o holocausto foi feito como forma de controlar a população de várias etnias da mesma forma que se faz com os animais hoje em dia… então a tal comparação que nos faz não devia recair-se sobre quem votou contra o abate dos animais, mais propriamente sobre si mesmo?

Aplausos e assobios

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