Triângulo – Ilhas do Espírito Santo

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As Festa do Senhor Espirito Santo são, de longe, as mais populares nos Açores.
Não há casa que não tenha uma Coroa da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, seja grande, seja pequena, ou por outras palavras: ao tamanho das respectiva posses.
Se bem que serão nas ilhas do Triângulo – São Jorge, Pico, Faial – em que o Divino Defensor é festejado nos três primeiros dias da semana, razão por que o Governo dos Açores até dá dispensa de ponto na 3ª.feira, já que a segunda é Feriado Regional
Vou-me, porém, deter-me nas Ilhas do Canal, pois são as que mais conheço, sobretudo a do Faial.
E naturalmente começo pelo Império dos Nobres, criado pela Câmara da Horta, cuja Vereação era constituída na altura por munícipes da nobreza faialense.
Ligado a um voto centenário, já que feito aquando da erupção vulcânica de 1672 no cabeço do Fogo, na cordilheira da borda da caldeira até aos Capelinhos.
Uma promessa que vem sendo todos os anos em Domingo do Divino Paráclito.
Ao Domingo a porta do Império dos Nobres, na Rua D. Pedro IV, abre-se e a Coroa é levada pelo Pároco da Matriz, sob Paúlio com munícipes empunhando as respectivas varas, em cortejo para a Igreja Mãe do Faial com a Bandeira do Império, o Estandarte do Município e o Presidente e Vereação.
Em antiga tradição, à frente os foliões, entoando loas ao Divino e a fechar Filarmónica executa o Hino ao Senhor Espirito Santo quer saída da Coroa do Império quer à entrada no Templo.
As manhãs são destinadas às Coroações, com a Coroa levada pelo Imperador acompanhado pelos Irmãos em cortejo com a Bandeira para a Missa solenizada, seguindo-se as aguardadas Sopas, acompanhadas de boa carne e saborosa massa sovada, naturalmente após oração ao Divino, feita pelo Pároco que à função preside.
À tarde o arraial, animado por música filarmónica, e as arrematações, em que alguns leiloeiros dão autêntico espectáculo, assaz falado já que muitos são os faialenses que nesses três dias dão volta ao redor da ilha e os Impérios, no geral, situam-se à beira da estrada regional.
Recordo que na 2ª.Feira, parávamos (Maria João e eu) na Praia do Norte, juntando o útil ao agradável, pois é o único a oferecer a toda a gente as típicas rosquilhas, e também no da Lombega sempre muito visitado, enquanto na 3ª.Feira nunca deixávamos de ir ao Norte Pequeno, quiçá o mais popular.
Aliás, em quase todos parávamos, embora na juventude ficasse pela Cidade, pois a butes era meu meio de transporte para as Angustias, não chegando, porém ao dos Mortos, já que os da Matriz estavam mesmo à porta: Rua do Mar, Largo da Republica, Rua de Santo António.
Quanto às famosa Festas do Senhor Espirito Santo no Pico que levam muitos faialenses a atravessar o Canal para a Vila fronteira, na 3ª. Feira, o Cortejo é acontecimento que faz jus à sua fama; mancheias de açafates com rosquilhas levadas à cabeça por jovens lindamente vestidas, atravessa o centro da Madalena.
E tive a oportunidade de estar nas Ribeiras no dia do Império da 2ª.Feira com a tradicional Rainha com rica e vistosa capa em veludo, ostentando Diadema e empunhando Ceptro, em espectacular Cortejo, em réplica dos realizados em San Diego, Cidade do sul da Califórnia preferida pelos picoenses.
Pelo que tenho visto na Televisão, esta breve narrativa espelha, mais ou menos, o que sucedia, há três décadas, quando ainda vivia na Horta.

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