Um verão sem festas … … e sem turistas

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Sensivelmente por esta altura, há um ano atrás, a ilha de São Jorge, com a Semana Cultural das Velas e a ilha do Pico, com as grandes festas de Santa Maria Madalena, já teriam recebido milhares de visitantes desejosos de escutar e dançar ao som das suas bandas favoritas, mas também ansiosos por reencontros que só o Verão consegue propiciar.
Hoje vivemos uma realidade completamente diferente. Uma frase cliché, mas que reflete bem o nosso novo dia a dia. A pandemia que nos assolou deitou por terra as intenções dos municípios do Triângulo em promover os seus concelhos com as festividades que, desde há muitos anos, têm lugar.
O cancelamento imposto dos Festivais de Verão por parte de todas as autarquias desta zona do arquipélago traduziu-se na falta de um chamariz que nesta época incentiva a uma deslocação massiva de pessoas de ilha para ilha e, com isso, a consequente produção de efeitos severos negativos na economia e nas empresas.
Desde logo, naquelas entidades a quem está concessionado o transporte marítimo e aéreo de passageiros. Sabe-se que, nesta altura do ano, o movimento de passageiros para e entre as ilhas do Triângulo é muito intenso, pelo que a ausência deste tipo de iniciativas compromete, ainda mais, a viabilidade financeira, quer da Atlanticoline, quer da própria SATA, que já perderam muitas das suas receitas devido ao confinamento.
Não sendo as festas de verão um elemento fulcral para atrair turistas a esta zona, pois muitos deles aliam-no à procura das belezas naturais, o que é certo é que esses cancelamentos já se sentem e se refletem negativamente nas várias economias locais.
Desde logo no comércio tradicional, mas em especial no setor do turismo e nas atividades com ele correlacionadas, como sejam os hotéis, os alojamentos locais, a restauração, a observação de cetáceos, os táxis e o alugue de viaturas ou as lojas de recordações, que, perante as estatísticas que mostravam um continuo crescimento de turistas, criaram a expetativa que o “céu era o limite”.
A pandemia veio mostrar o contrário. A falta de turistas e de receitas ameaçam, agora, a sua sobrevivência.
No entanto, o cancelamento desses festivais teve, por estranho que possa parecer, um efeito positivo na sociedade. Permitiu aos municípios olhar com mais acuidade para aqueles a quem a pandemia atingiu de forma mais intensa. Efetivamente, os vários concelhos decidiram canalizar as verbas dali resultantes para o reforço dos programas de apoios aos mais vulneráveis, aos mais necessitados, concedendo-lhes um apoio suplementar que, de outra maneira, dificilmente lhes seria atribuído.
Diferimento no pagamento das rendas da habitação social, isenção do pagamento das faturas da água e apoios com géneros alimentares ou medicamentos, são alguns dos exemplos que conseguiram reduzir o sofrimento dos mais desfavorecidos.
Como diz o povo “há males que vêm por bem”.
A propósito de turistas, que por estes dias são praticamente inexistentes na ilha do Faial, o Município da Horta decidiu brindá-los, à chegada, com um enorme logo da cidade junto à Gare Marítima. Atitude positiva sem dúvida. É pena não se terem lembrado disso há muito mais tempo, pois este ano turistas nem vê-los!

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