A realidade nega… as estatísticas!

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Por estes dias, contaminados com as estatísticas que lhes dão algum alento nesta tão longa caminhada da governação, os socialistas açorianos quiserem interpelar o seu próprio Governo, sobre matéria como retoma da economia e criação de emprego.

A interpelação transformou-se, desde logo, num ato de auto proclamação dos “bons” resultados da governação “rosa”. Coloquei o adjetivo entre aspas porque, como se verificará adiante, há botas que não batem com as perdigotas.
Os ufanos detentores da maioria discorreram um vasto leque de números que indiciam uma retoma da economia. E como a economia cresce o e desemprego baixa – na versão socialista – então a culpa é do Governo Regional. Mais ou menos na mesma lógica de que quando a economia retraiu, o desemprego aumentou e a crise se instalou a culpa foi do Governo… da República!
A política não serve para auto elogios; a política existe para apresentar soluções que resolvam os problemas dos cidadãos. Nos Açores, estamos, por isso, a entrar num beco, que não se sabe quando vai ter saída. Os resultados são bons, porque os socialistas são bons; os resultados são maus, mas os socialistas continuam a ser sempre bons!
Entre a realidade das estatísticas (a que o PS se agarra como se precisasse de sobreviver) e a realidade social e económica vivida, no dia a dia, pelos Açorianos, vai uma diferença significativamente contrastante.
Vejamos alguns títulos de notícias (nunca desmentidas) que, ao longo, só, do último ano, foram veiculadas pela imprensa regional e que transmitem resultados de dados estatísticos ou opiniões de parceiros sociais:

“Balança comercial dos Açores é negativa na ordem dos 41 milhões de euros”;
“Administração Pública dos Açores é a que dá mais empregos”;
“Um em cada três jovens até aos 24 anos sem emprego”;
“4200 trabalhadores por conta de outrem ganham menos de 310 euros nos Açores”;
“2016 foi um dos piores anos de que há memória para as pescas nos Açores”;
Federação Agrícola alerta: “Mais de 40% do leite na falência”;
“Mais de 10 mil doentes continuam à espera de cirurgia e listas voltam a aumentar”;
“Mais de 3 mil crianças com apoios do Banco Alimentar”;
Cáritas afirma: “Uma em cada 4 crianças açorianas é pobre”;
“Continua a haver fome nos Açores, denuncia o Bispo de Angra”…

Como disse, todas estas afirmações são títulos de notícias publicadas na imprensa regional… Não são denuncias políticas ou partidárias, apesar de, muitas vezes, alertamos para estas situações.
Outro indicador que nos adverte para o paradoxo entre a leitura política das estatísticas e a realidade vivida é o facto de, entre 2007 e 2017, os Açores continuarem a ocupar o último lugar na coesão no índice de desenvolvimento regional. Somos a pior região do País!
Por fim, mas não menos importante, a questão do emprego/desemprego. Nos últimos 20 anos, ou seja, desde 1997, por setor de atividade económica o único que cresceu em termos de criação de emprego foi o setor terciário. O setor primário (agricultura e pescas) perdeu 4% de emprego; o setor secundário (indústria) desceu de 22,9% para 14,4% de emprego gerado; no setor terciário registou-se um crescimento de 62 para 72%.
Assim, se conclui que a realidade nega e desmente a aparente positividade das estatísticas.

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