As capacidades de um peixe

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Uma das principais figuras da Ciência uma vez disse: “Toda a gente é um génio. Mas se julgares um peixe pela sua capacidade de subir árvores, ele passará a vida inteira acreditando que é estúpido”. Albert Einsten foi quem se debruçou desta maneira crua, e sublimemente crítica, quanto ao sistema de educação instituído e ao potencial de cada ser humano.
O que se procura nas escolas é standardizar a todo o custo a educação, todos se devem enquadrar aqui ou ali, dentro daquilo que se acredita ser “pelo melhor”. Quem não se encaixa perde a motivação, entra numa espiral de tristeza e desilusão – e o sistema não consegue dar uma resposta perentória a estes casos.
Não estou ,de todo, a criticar o papel essencial de um professor, dou-lhes todo o mérito do mundo. Eu, pela minha experiência, tive na Escola Secundária Manuel de Arriaga uma boa quota parte de excelentes professores – de qualquer área, pessoas apaixonadas pelo que fazem, que querem ajudar a sociedade em que se inserem a se tornar melhor.
O trabalho de um professor não se resume à sala de aula: são horas em casa que se dedicam a preparar aulas, semanas cheias de reuniões, testes para corrigir. E como se mais não bastasse, nesta gincana entre vida profissional e pessoal, têm –e dão- a capacidade de fazer crescer.
Penso: e se fossem dadas reais condições a estas pessoas para cumprirem a sua missão com mais meios? Menos alunos por turma, reduzir a carga de trabalhos de casa, possibilitar o desenvolvimento da criatividade, pensar outside the box e dar possibilidade a todos que encontrem o seu lugar – sem lhes serem impingidas metas que um bando de burocratas, que na maioria dos casos nunca lecionou, creem ser a materialização do “sucesso”.
Sucesso é ter boas notas? Sucesso é sentir permanentemente o peso da competição – por vagas, por médias, por lugares, por metas que nos impomos desde cedo porque é assim que deve ser? Ou será sucesso permitir que tu ,querendo ser costureira ,vais aprender e vais ser a melhor da tua zona; se tu não que não te focas em estudar mas percebes tudo de natureza, pelo teu contacto permanente com ela, porque não formar-te para saberes termos técnicos, dar-te meios para onde te sentes mais confortável teres um papel, uma missão única e ainda assim importante.
Informação e Educação nunca serão demais. Mas enquanto continuarmos a obrigar peixes a subir árvores sabemos que os resultados ficarão aquém do possível. Porque não se começa a debater intensamente uma mudança de paradigma? Sabemos das fragilidades do sistema atual, se houver uma união de esforços poder-se-á dar aos professores maiores possibilidades, trazer de volta à escola umas das suas bases: a criatividade.
E aí sim, permitir que os peixes possam ser julgados pela sua capacidade de nadar.

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