As RESA, o Faial e a luta continua!

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1. O plano de investimentos da ANA–VINCI, inclui, até 2022, a construção, no Aeroporto da Horta, de áreas de segurança, denominadas RESA (Runway End Safety Area), que constituem uma melhoria assinalável das condições operacionais desta infraestrutura aeroportuária.
Desde os anos 90 do século XX que consta nas recomendações da ICAO (International Civil Aviation Organisation – uma agência especializada da ONU, criada pelos Estados membros, em 1944, para gerir a Aviação Civil Internacional) uma orientação no sentido de, na pista do aeroporto da Horta, serem construídas aquelas áreas de segurança, necessárias para casos de emergência. Apesar de não ser uma recomendação recente, a verdade é que, sem pôr em causa a segurança da operação, a ANA sempre foi protelando esse investimento.
Se tudo decorrer conforme o que está nos documentos previsionais daquela Empresa, cumpre-se, com décadas de atraso, mais este investimento – importante! – no Aeroporto da Horta.
2. No exercício das minhas anteriores funções políticas, reuni várias vezes com o ex-diretor do Aeroporto da Horta, Sr. João Corvelo, pessoa que tinha o especial mérito de saber defender, no interior da empresa ANA, o aeroporto que dirigia e, para além disso, tinha para esta infraestrutura uma visão estratégica sobre o papel e o lugar que lhe deveria competir na conjuntura das acessibilidades ao Faial e ao Triângulo. Lembro-me de ele me ter explicado o texto da recomendação da ICAO e da sua convicção de que a construção das RESA, quando acontecesse, era uma oportunidade para, na mesma empreitada, se avançar com a obra da ampliação da pista para uma dimensão que permitisse as ligações aos aviões do tipo A320 sem penalizações na aterragem nem na descolagem.
3. É essa oportunidade única e irrepetível que temos agora pela frente. Parece haver uma conjuntura política favorável no Faial, onde, pela primeira vez desde há vários anos, me apercebo que todos os partidos políticos, condicionados pela movimentação do Grupo do Aeroporto da Horta, aparentam estar unidos à volta do que é preciso fazer no futuro próximo e estão dispostos a deixar as recriminações mútuas sobre o passado.
Nesta hora decisiva não podemos falhar. Câmara Municipal da Horta, Assembleia Municipal da Horta, Conselho de Ilha do Faial, Câmara de Comércio e Indústria da Horta, Deputados eleitos pelo Faial, Assembleia Legislativa Regional dos Açores, Governo dos Açores, Governo da República e ANA-VINCI, são as entidades em quem recai diretamente o peso da responsabilidade do momento.
Nenhuma pode falhar nem faltar na responsabilidade que lhe cabe.
Queremos ainda acreditar que na política e nos políticos há momentos em que o interesse das populações fala mais alto do que tudo o resto. Este é um desses momentos porque este processo só se desbloqueará e avançará decisivamente quando houver uma decisão política inequívoca sobre ele de todas as entidades atrás descritas.
Sabemos que há quem não queira este investimento. E quem não o queira compreender pelas mais variadas razões.
Por isso, neste momento crucial, não podemos falhar, nem podemos descansar à espera de que outros façam o que nos compete. A todos os níveis!
4. E a verdade é que partimos atrás. Com este governo regional e com este presidente do Governo, o Faial não é ouvido, nem tido, nem achado na governação regional. Há quase três anos que lutamos aqui no Faial pela reposição do mesmo número de ligações aéreas que tínhamos no Verão IATA, quando operava a TAP. Nunca nos atenderam. Fomos objeto das mais vis mentiras e manipulação de números, para denegrir a rota da Horta. Quase nos disseram na cara que a ruína da SATA era provocada pela rota da Horta. E, apesar da razão estar do nosso lado, a SATA manteve a sua, manteve um número de ligações inferior ao tempo da TAP e teve sempre a bênção e o apoio cúmplice do governo regional.
Em contraponto, no último trimestre do ano passado, a SATA decidiu suspender a ligação da Terceira ao Porto, com a justificação de que se tratava de uma “medida de boa gestão porque os índices de ocupação desta rota são muito baixos” (outubro de 2017).
Face às reclamações das forças políticas e económicas da ilha Terceira, a Secretária Regional da tutela garantia, em dezembro de 2017, que “essa rota não é uma prioridade” e que “há uma outra companhia a operar nela” e, por isso, a SATA manter-se-ia fora daquela rota.
Agora, nem seis meses volvidos, com a mesma cara, é aquela mesma Secretária Regional que vem anunciar que a SATA vai retomar a ligação da Terceira ao Porto no próximo inverno IATA!!!
Mas este poder regional instalado acha que andamos todos distraídos e em sonolência profunda?
Então a rota não era deficitária? Ou o que disseram foi uma mentira como a da taxa de ocupação da rota da Horta?
Ficamos satisfeitos pela população da Terceira. Lutou na defesa dos seus interesses e teve sucesso junto do governo regional.
O problema é que esta vitória saborosa e merecida das gentes da ilha Terceira (e dos seus representantes) é a prova provada da insignificância a que este governo reduziu o Faial: em menos de 6 meses, o governo e a SATA deram o dito por não dito, e vão retomar a ligação da Terceira à cidade do Porto. Aqui, no Faial, há 3 anos que queremos ter o número de ligações que tínhamos há 4 anos com Lisboa, e é sempre a reduzir sem nunca nos atenderem!
5. Por isso, nesta luta pela ampliação da nossa pista, partimos atrás: temos um poder regional que não considera, não atende, nem respeita o Faial.
Daí que tenhamos de nos esforçar mais e de lutar mais do que os outros.
Que isso seja o estímulo que a todos una sem desfalecimento aqui no Faial.
Que a nossa geração seja capaz de travar com galhardia e inteligência este desafio e que o vença, apesar das dificuldades e das incompreensões que já tivemos e que vamos continuar a ter.
Porque é o melhor que podemos deixar aos nossos vindouros!

24.06.2018

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