Atlantis Cup 2023 | 2Hot2Handle e Allegro Vivace brilham nos mares dos Açores

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Apesar da vitória do Air Mail na 3.ª etapa oceânica, o triunfo na classe ANC ficou nas mãos de António Tânger Corrêa, que também venceu em ORC. Bruno Rosa venceu em OPEN, nesta que foi a maior regata – com mais de um dia – a decorrer em Portugal nos últimos 10 anos.

A baía da Horta recebeu de braços abertos o final da nova edição da Atlantis Cup (AC) no passado sábado, concluindo-se a 3.ª regata offshore deste ano, que uniu Angra do Heroísmo (AH) à cidade Mar.

O primeiro a cruzar a meta na Marina foi o Air Mail, do skipper Luís Decq Mota, resultado que ainda assim foi insuficiente para conquistar a classe OPEN, quedando-se na 2.ª posição da geral. A vitória nesta categoria sorriu a Bruno Rosa, a bordo do Allegro Vivace, embarcação com pergaminhos nesta competição, ficando em 3.º o Carapau, comandado por Bernardo Pinheiro.

Em ANC António Tânger Corrêa conquistou o 1.º lugar, no 2Hot2Handle, seguindo-se Alexandre Couto, no Babsea, e Bernardo Pinheiro, no Carapau.

No que a ORC diz respeito, foram disputadas sete regatas técnicas, distribuídas por Ponta Delgada (1), AH (3) e Horta (3), cabendo ao 2Hot2Handle nova conquista, após vencer as três últimas regatas inshore. No 2.º posto, em ORC, ficou André Azad com Noctiluca e no lugar mais baixo do pódio ficou Madeinus, comandado pelo skipper Laurent Pabion.

Tânger Corrêa considerou a competição como sendo de alto nível competitivo, afirmando em entrevista pós regata que houve muito empenho, “durantes as noites e dias a tripulação trabalhou”, frisou.

No IX Campeonato de Vela de Cruzeiro dos Açores, integrado na AC 2023, André Azad sagrou-se campeão com o seu Noctiluca. A competição consta do calendário de prova oficiais de vela dos Açores e tem como entidade responsável a Associação de Vela dos Açores.

A AC que teve a maior participação dos últimos 28 anos, partiu de Santa Maria a 30 de julho, rumo a Ponta Delgada. Daí seguiram até à cidade Património Mundial, de onde zarparam com destino à Horta.

Em 2022 a vitória, em ORC A e no campeonato regional, coube a João Monteiro e ao Pardal, seguindo-se o Again X e o Soraya. Em ORC B venceu Duarte Barcelos, que venceu esta prova em 2021, a bordo do Allegro Vivace, seguido pelo Noctiluca e pelo Flicka.

A organização é, como sempre, do Clube Naval da Horta (CNH). Este ano o Clube Naval de Santa Maria, o congénere de Ponta Delgada, o Angra Iate Clube e o Clube Náutico de Angra do Heroísmo uniram-se como parceiros nesta prova que percorre os Açores e reforça os laços, pelo mar e pela vivência em terra. O alto patrocínio é da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA).

UMA PROVA PARA TODOS OS GOSTOS

Está é já uma das grandes regatas portuguesas. Quem o diz é João Morais, diretor de prova nos últimos dois anos, com base no feedback dado por diversos participantes.

A frota de ANC que por esta altura fazia um “triângulo no Atlântico” juntou-se aos restantes em Santa Maria, engrossando a lista de participantes e garantido que a AC se tornaria a maior regata com mais de um dia realizada em Portugal na última década. “Ouvindo os comentários e trocando opiniões ficou claro que a experiência foi maravilhosa, não conseguem ter isto a nível nacional”, frisou o dirigente do CNH.

Ao longo de uma semana sucedem-se as provas técnicas, “para os mais regateiros” e as oceânicas “para quem vem mais à procura de lazer”, conseguindo-se assim “uma combinação perfeita”.

A dimensão conquistada pela AC torna necessária a procura de melhores fontes de financiamento, defende João Morais. “Um clube naval sozinho, mesmo com colaboração de outros e as câmaras municipais, não tem receitas para suportar este tipo de eventos e precisa de continuar a ter ajuda”, frisa sem esquecer o papel dos voluntários. Morais sabe que, sem a dedicação de dezenas de sócios e simpatizantes do CNH “dificilmente os clubes conseguiam cumprir as suas obrigações” até porque, “se a organização fosse paga de modo profissional seria incomportável e não poderíamos ter esta dimensão com o financiamento existente”.

ANO DE ESTREIA DAS SMARTMARK NOS AÇORES

E as boias que, com um clique apenas, se deslocam para as posições previstas? Na 34.ª edição da Atlantis Cup a organização introduziu as Smartmark, boias robotizadas que rapidamente se posicionam de modo a definir os percursos a realizar. Evolução essencial para dar uma ainda maior dimensão à AC.

A utilização de sensores de última geração do GPS permite que apenas uma pessoa consiga realizar uma tarefa que, por norma, necessita de barcos de marcação. Deste modo acredita-se reduzir a pegada ecológica das regatas, uma vez que estas não necessitam de correntes nem de âncoras para se manterem na posição predefinida e diminuem os gastos com combustível.

Após esta tecnologia ser testada em variadas latitudes e longitudes, e estar disponível há já algum tempo, chegou aos Açores. “Conseguimos ir para campos de regata que, de outra maneira ou de forma tradicional, era muito complicado”, pois, explica o diretor de prova, “tínhamos que descer poitas e colocar boias amarradas a poitas, quando era necessário alterar o percurso, porque o vento alterava, a sua direção era tudo lento e moroso… não nos permitia ir para profundidades muito grandes”.

Já na 33.ª edição o CNH introduziu a ferramenta Kwindoo na AC, servindo de localizador, sistema de gestão de fluxo de trabalho, ferramenta de comunicação e para rastreio de regatas. Nos últimos dois anos João Morais acredita terem sido dados passos positivos em termos de rigor organizativo e segurança com a introdução destas tecnologias. “A ideia é que possamos ir dando estes passos progressivos e consolidando o processo”.

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