Bloco aponta Saúde, Habitação e Transportes Públicos como prioridades de investimento em São Miguel

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Num debate sobre a ilha de São Miguel, o Bloco de Esquerda apontou a degradação das infraestruturas de saúde, a falta de habitação e o mau funcionamento da rede de transportes públicos coletivos como problemas que têm que ser resolvidos com urgência pelo Governo Regional.

No que diz respeito à Saúde, António Lima alertou para o estado de degradação dos centros de saúde de Ribeira Grande, Vila Franca, Nordeste, Povoação e Lagoa, e para os problemas de infraestruturas do Hospital de Ponta Delgada, particularmente o facto de haver uma parte do serviço de urgência a funcionar em contentores e o facto de a unidade de hemodiálise estar “a rebentar pelas costuras”.

O deputado do Bloco recordou que, no início da legislatura, o governo denunciava o cenário catastrófico do estado de degradação das infraestruturas e dos equipamentos do Serviço Regional de Saúde, mas, mais de dois anos depois, continua tudo na mesma.

“A maioria dos centros de saúde encontra-se em muito mau estado de conservação e a necessitar de forte investimento na modernização”, disse o deputado.

Por proposta do Bloco de Esquerda, aprovada na discussão do orçamento da Região para 2023, está prevista para este ano a elaboração do projeto do novo centro de saúde da Ribeira Grande.

“Foi aprovado também por proposta do Bloco o projeto para uma nova unidade de hemodiálise para o HDES”, salientou também António Lima.

O líder parlamentar do Bloco manifestou também grande preocupação com a falta de habitação disponível na ilha de São Miguel, que leva ao aumento de preços. Uma situação que é incentivada pelo Governo Regional porque está a permitir um crescimento desordenado do turismo, quer ao nível da hotelaria tradicional quer através do Alojamento Local.

Existem, para a ilha de São Miguel, 3888 camas já com parecer favorável da Direção Regional do Turismo, o que significa um possível aumento superior a 50%. Acresce a esses números as mais de 10 mil camas de Alojamento Local na ilha, que já ultrapassam as camas em hotelaria tradicional.

“O efeito desse crescimento desordenado faz-se sentir nos preços da habitação na ilha: Em vez de se garantirem condições de desenvolvimento integrado, com condições de trabalho, respeito pelo território e pelo ambiente, garantia de direito à habitação, o governo prefere o descontrolo total”.

António Lima refere mesmo que já “há senhorios que pedem que os possíveis inquilinos adiantem um ano inteiro de renda”, o que é o retrato da “ganância que a escassez de habitação cria”.

A deputada Vera Pires defendeu a necessidade de se transformar o transporte coletivo em São Miguel numa “alternativa viável ao automóvel individual, com a oferta integrada de um serviço público, com qualidade e a preço acessível para todos”.

Vera Pires salienta que o atual modelo de transportes públicos de São Miguel está desatualizado: “O modelo de exploração e o conjunto de concessões do transporte coletivo terrestre em São Miguel datam do século passado. Três concessionários com zonas divididas a esquadro respondem a cadernos de encargos de há décadas, de costas voltadas entre si, sobrepondo oferta em alguns trajetos e horários e não conseguindo fornecer resposta articulada às necessidades de muitos utentes”.

A deputada deu mesmo um exemplo: “uma deslocação entre a Lagoa e a Ribeira Grande obriga a um transbordo em Ponta Delgada, que não só aumenta em muito o tempo total da viagem como a encarece substancialmente”, levando mesmo a situações em que “ofertas de emprego ficam por ocupar por quem, não tendo emprego, também não tem carro próprio, nem transporte público que sirva as suas necessidades”.

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