Eleições Europeias: a campanha e o combate à abstenção

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Iniciou-se na passada segunda-feira a campanha eleitoral para as eleições europeias, as quais se irão realizar em Portugal no próximo dia 26 de maio.
Com lugar já reservado no Parlamento Europeu e imbuído da missão de defender os interesses da Região em Bruxelas, o candidato indicado pelo Partido Socialista dos Açores, André Bradford, tem-se multiplicado em iniciativas de campanha em todas as ilhas.
Bradford tem mostrado, nesta fase inicial, uma atitude proativa, orientando a sua campanha para um contato pessoal com as forças vivas responsáveis pelos setores mais importantes da economia açoriana como a agricultura, as pescas, o mar e o turismo, auscultando-os e percebendo a dinâmica e influência que cada um deles tem atualmente na Região.
Beneficiando do facto de não ter um concorrente direto nestas eleições, pois o maior partido da oposição, o PSD, renunciou à indicação de um candidato açoriano, isto apesar de Paulo Rangel, cabeça de lista pelo PSD às europeias, ter dado um “pulo” a São Miguel para dizer que será ele a defender os Açores em Bruxelas, o socialista tem usado muito do seu tempo para escrever inúmeros artigos de opinião, com os quais procura naturalmente persuadir a opinião pública a votar no Partido Socialista.
Quanto aos outros candidatos açorianos incluídos nas listas do CDS-PP, do Bloco de Esquerda, do PCP e dos restantes partidos políticos, apesar de se encontrarem em posições não elegíveis, têm também realizado uma campanha de contato com os setores estratégicos dos Açores.
No entanto, salvo André Bradford, que em entrevista a este jornal apelou ao voto e se manifestou muito preocupado com a elevada taxa de abstenção registada nos Açores nas últimas eleições europeias, ainda não me apercebi que nenhum dos outros candidatos tenha trazido esse tema para a campanha.
Este deveria ser, aliás, um dos temas centrais da campanha eleitoral nos Açores. Pensar, discutir e apresentar formas de incentivar ao voto dos açorianos e combater a elevada taxa de abstenção que nas últimas eleições europeias atingiu uns impensáveis 80%.
E como seria importante que estas eleições mobilizassem os eleitores, levando-os a participar em debates e a votar. É certo que o voto antecipado por mobilidade, vigente apenas nestas eleições, pode ajudar a reduzir os números da abstenção, mas o facto deste método ter sido muito pouco ou quase nada difundido junto dos cidadãos açorianos poderá obstar a um melhor resultado.
Mas, se, por cá, a campanha eleitoral segue a um ritmo lento, na República a mesma encontra-se em passo acelerado.
Paulo Rangel, sem a companhia de Rui Rio, tem-se mostrado combativo nos debates televisivos e na própria campanha eleitoral, auxiliado pelas sondagens, pelas notícias acerca das relações familiares dos membros do Governo e da recente audição de Joe Berardo a quem foi concedido um avultado empréstimo por parte da CGD durante um governo socialista.
Este, tal como sucede com Nuno Melo do CDS-PP, Marisa Matias do BE e João Ferreira do PCP, tem direcionado a sua campanha eleitoral para as feiras, mercados ou ruas movimentadas das principais cidades do país, procurando maior interação com o eleitorado.
Em sentido oposto, Pedro Marques, que demora em assumir-se sozinho em campanha, tem optado por encontros em espaços fechados ou comícios com o apoio de António Costa e de outros históricos do partido, ao invés de ir para a rua onde parece não estar à vontade.
Mas, tal como se tem visto, nesta campanha as questões europeias têm sido colocadas para segundo plano, preferindo os candidatos opinar acerca da política doméstica. Há que infletir nestes discursos e orientar o debate não só para aquelas questões, mas sobretudo para tentar reduzir a elevada taxa de abstenção verificada no país e particularmente nos Açores.

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