Faial com valores de obsidade infantil preocupantes

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 A obesidade é um grave problema de saúde pública, que afeta cada vez mais crianças no mundo e em Portugal, que de acordo com a Comissão Europeia se encontra entre os países europeus com maior número de crianças afetadas por esta epidemia.

Segundo o estudo realizado pela Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil (APCOI) entre 2013 e 2014, em Portugal cerca de 33,3% de crianças entre os 2 e os 12 anos apresentavam excesso de peso, das quais 16,8% são mesmo obesas.

O Tribuna das Ilhas falou com a médica de saúde familiar Fátima Porto sobre o assunto, e com as instituições o Castelinho e a Casa de Infância de Santo António, a fim de perceber como esta problemática é encarada a nível local.

Realidade da obesidade infantil no Faial

Segundo os dados disponibilizados pela Unidade de Saúde da Ilha do Faial (USIF) a este Semanário, em 2013 havia uma prevalência de 10,44% de crianças com obesidade e excesso de peso. Contudo em 2014, este número já era de 17,22%, registando-se um aumento de 6,78%.

Para a Dra. Fátima Porto, a causa primária deste aumento está relacionado com o equilíbrio de energia. “As crianças ingerem grande quantidade de alimentos calóricos face a uma prática de atividade física reduzida”, explica.

“Para além destas causas podem, ainda, ser referidas outras mais, tais como: mudança do padrão alimentar com maior ingestão de gorduras e açúcares, irregularidade nos horários das refeições, maior acesso a alimentos “Fast Food” (principalmente nas escolas), falta de controlo dos pais, instabilidade familiar, alterações psico-sociais e fatores genéticos associados”, revela.

As crianças com excesso de peso são identificadas nas consultas com o médico de família ou pela equipa de saúde escolar e são reencaminhadas para o serviço de nutrição. Na USIF a dietista faz uma avaliação corporal e reeducação alimentar definindo objetivos e metas.

“Uma vez que existe uma periodicidade nas consultas de nutrição faz com que os pais estejam mais atentos à alimentação das crianças para posteriormente demonstrarem resultados. Por parte das crianças, com o decorrer das consultas de nutrição, nota-se uma consciencialização gradual”, esclarece Fátima Porto.

Acerca das consequências da obesidade infantil, afirma que esta “tem efeitos adversos imediatos na saúde e também a longo prazo, aumentando o risco de outras doenças crónicas como a diabetes, apneia obstrutiva do sono, hipertensão arterial, dislipidémia, entre outras. Estas doenças, vistas até há bem pouco tempo apenas na idade adulta, estão surgindo gradualmente em idades pediátricas”.

Na opinião da médica, “uma elevada proporção de pais não tem perceção do excesso de peso dos seus filhos” e “não são capazes de reconhecer que as crianças estão com peso a mais para a idade e não reconhecem os riscos para a saúde associados a esta problemática”.

Fátima Porto revela ainda que, “o primeiro passo no tratamento da obesidade infantil é ajudar a família a reconhecer o excesso peso das suas crianças e certificar que a família está preparada e motivada para a mudança”.

A médica de família considera também que “existe uma maior consciencialização para esta problemática, principalmente nas faixas etárias mais jovens, quer por uma questão de saúde, quer por uma questão de estética. Relativamente aos idosos, muitos ainda consideram que gordura é formusura, especialmente no que toca à alimentação dos netos, não estando cientes da gravidade desta doença”, defende.

 

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