GOVERNO APROVA SEDE NA HORTA

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Atendendo a solicitação da Assembleia Legislativa, aprovada por unanimidade, o que só acontece em assuntos de grande interesse, o Conselho do Governo dos Açores, em reunião de 25 de Março findo, decidiu-se pela fusão da Transmaçor e da Atlânticoline num única Empresa com sede na Horta.

Naturalmente que tal facto nos tenha dado viva satisfação e com certeza aos faialenses em geral, quer pela justeza da medida quer pela repercussão positiva na débil economia do Faial, ilha que tem vindo a ser, politicamente, esvaziada de importantes serviços quando começava a levantar cabeça das nefastas consequências do vulcão dos Capelinhos.

Um senão, porém, é que nos garantiram que o Secretário do Turismo e Transportes havia afirmado publicamente que as estruturas continuariam em Ponta Delgada, como se a transferência fosse apenas no papel, algo sem pés nem cabeça, como se costuma dizer de coisas extravagantes e quiçá próprias de entrada no “Guinness Book”.

Nem que a Horta não fosse a cidade mais cosmopolita açórica, nem que não tivesse sido também Capital de Distrito de quatro ilhas incluindo o pequeno Corvo, sendo com Setúbal as únicas cidades portuguesas cujas Baías fazem parte do famoso Clube das mais Belas do mundo, facto de grande relevância no Turismo internacional embora continue a ser ignorado de governantes açorianos.

E ainda, sem dúvida, lugar cativante para quantos para ali vão viver quer por escolha, ou dever de ofício. 

Quanto ao resto, o melhor é passar adiante …

Ora, não acreditando que se venha a concretizar absurda ideia do governante, jamais justificável pela juventude e pouca experiência, bastaria tamanho despropósito para afectar, e de que maneira, o prestígio do Executivo socialista e da Casa da Autonomia que é a Assembleia Regional, não falando já na imerecida afronta ao Povo faialense, assaz digno do maior respeito.

Como a memória é curta, será de lembrar que, nos últimos anos, o Faial tem sido uma ilha muito sacrificada, talvez até a mais, com a transferência de serviços, nanja no papel, e em que, segundo lemos neste jornal em oportuno artigo de Paulo Fonseca, foram tirados (politicamente não gosto de roubados) mais de mil postos de trabalho, 750 dos quais para a Cofaco, Rádio Naval e Quartel do Carmo.

Isto, nem contando com a malfadada Escola do Magistério Primário que era a primeira dos Açores e que mediaria meças com as melhores do Continente, onde não havia cidade, vila e aldeia em que não leccionasse professor ou professora licenciado(a) no prestigiado Estabelecimento de Ensino e que era mesmo tido como a Universidade de cinco ilhas: as do Triângulo e Flores e Corvo.

Todavia para a Região dos Açores não serviu …

Quanto à nova empresa de Transportes marítimos, lá diz o provérbio: tudo que venha à rede é pelxe, aliás, o caso duma meia dúzia de empregos e mais uns pozinhos.

E ainda outro: de grão a grão enche a galinha o papo, podendo até servir como esperança em melhores dias, naturalmente para os meus patrícios que ainda terão muitos anos, graças a Deus, de que também dou pelos meus.

 

à margem

Tudo quanto atrás foi escrito, fez-nos recuar ao tempo em que o Faial tinha peso político na Região Autónoma e a Secretaria dos Transportes, que nunca deveria ter saído da Horta, era chefiada pelo Dr. Tomaz Duarte Jr., um Senhor e ilustre picoense e que gostava de ser intitulado por Cidadão do Canal.

 

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