Governo dos Açores trabalha para melhorar sistema de transporte marítimo de carga

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A Secretária Regional dos Transportes e Obras Públicas afirmou que o Governo dos Açores “tem vindo a trabalhar na redução dos custos globais do sistema marítimo, na diminuição dos tempos de entrega nos mercados exportadores, na consolidação do transporte marítimo de mercadorias a nível regional e na otimização da operação de transporte marítimo de mercadorias de e para os Açores”.

Este trabalho “é possível com a criação e melhoria das infraestruturas necessárias”, salientou Ana Cunha, que falava terça-feira, em representação do Presidente do Governo,  na inauguração do Pólo Logístico da Transinsular, em Ponta Delgada.

Na sua intervenção, a Secretária Regional apontou o exemplo das obras portuárias “desenvolvidas nos últimos anos, um pouco por todas as ilhas dos Açores, a par com os investimentos em curso”.

A titular da pasta dos Transportes referiu especificamente o “investimento notável no Porto de Ponta Delgada, através da empreitada de reperfilamento dos cais -10m, da repavimentação do terrapleno portuário e da beneficiação das redes técnicas nele integradas e dragagem da bacia portuária”.

“Estamos a falar de uma obra já adjudicada, cujo investimento ultrapassa os 38 milhões de euros e que vai melhorar a operação neste porto, dando uma resposta adequada àquele que se prevê que seja o seu crescimento na próxima década, década e meia”, frisou, acrescentando que, além do aumento do cais acostável e da dragagem da bacia de manobras, “esta obra aumenta significativamente a área de terrapleno para contentores, fazendo com que se incremente em 40% a capacidade de movimentação de contentores nesta infraestrutura portuária”.

Para a Secretária Regional, “esta é uma obra fundamental, a que se junta o investimento em equipamentos móveis, como a aquisição de quatro empilhadores ‘reachstacker’, cujo procedimento deverá estar lançado durante este primeiro trimestre e que representa um investimento de 1,6 milhões de euros, a aquisição de cinco empilhadores de garfos de 3,5 toneladas, num procedimento a lançar também durante este primeiro trimestre de 2020, por um valor de 200 mil euros, a aquisição de um empilhador telescópico, cujo procedimento será previsivelmente lançado durante o segundo trimestre deste ano, num investimento de 240 mil euros, e ainda a aquisição de dois empilhadores de garfos de 33 toneladas, cujo procedimento deverá ser lançado até ao final deste ano, num investimento de cerca de 640 mil euros”.

Ana Cunha recordou ainda que, desde 20 de janeiro, “a capacidade de movimentação de contentores no Porto de Ponta Delgada foi reforçada com a chegada de dois empilhadores ‘reachstacker’ de 45 toneladas, que estão ao serviço neste porto em regime de aluguer até à entrada em atividade das duas novas máquinas” em processo de aquisição.

“O Governo dos Açores continua, assim, a desenvolver o trabalho necessário para dotar as infraestruturas portuárias da Região, de condições de operacionalidade que permitam dar uma maior e mais eficaz resposta às exigências que, naturalmente, vão aumentando de dia para dia”, afirmou a governante, lembrando que, desde logo, “temos pela frente um processo complexo e moroso que levará à reconstrução do Porto das Lajes das Flores, completamente destruído pelo furacão Lorenzo”.

“Estamos já a tratar de uma solução a longo prazo e refiro-me à empreitada de reconstrução do molhe-cais, obras essas definitivas, com uma previsão de vida útil de 50 anos, de acordo com o recomendado para obras marítimas”, adiantou Ana Cunha, frisando que “não será um processo célere, demorará o seu tempo, é certo, mas a morosidade e a complexidade deste processo não nos desalentam: desafiam-nos”.

Para já, e no imediato, “torna-se necessário avançar com a obra de proteção intermédia, de proteção de emergência daquele porto, uma obra cujas propostas já foram apresentadas, encontrando-se atualmente em fase de apreciação”, referiu a Secretária Regional, frisando que assim se “dá seguimento ao compromisso assumido pelo Governo dos Açores de avançar imediatamente com a proteção da infraestrutura ainda existente, de forma a garantir, embora de forma condicionada, o abastecimento por via marítima”, assegurando a proteção do terrapleno portuário e do cais -5m do Porto das Lajes, “garantindo a sua operacionalidade, nomeadamente para o abastecimento à ilha, que está a ser assegurado pelo navio Malena”.

Ana Cunha sublinhou que “o Governo dos Açores, em conjunto com os três armadores da cabotagem insular e, mais concretamente, com a Transinsular, desenvolveu os esforços necessários que culminaram no fretamento do Malena”.

“Numa solução extraordinária, perante um problema complexo, o Governo dos Açores assumiu o custo de mobilização do navio, tendo sido acordado que o custo de fretamento seria repartido pelo Governo dos Açores, em 50%, e pelos armadores da cabotagem insular, nos outros 50%”, tendo sido também possível, “dada a natureza extraordinária da operação, isentar o navio de custos portuários nas Flores e de despesas de estacionamento no Porto de Ponta Delgada,” salientou.

“Estas foram soluções encontradas em conjunto com os privados, ou seja, com a cabotagem insular, que não se furtou às suas responsabilidades”, frisou Ana Cunha.

A Secretária Regional lembrou, no entanto, que é necessário “ter presente, que os problemas não estão ultrapassados”.

“Estamos a meio de um inverno que não tem sido fácil e teremos ainda, certamente, pela frente, condições adversas, que terão de ser ultrapassadas, sem nunca descurar a segurança de quem opera”, afirmou.

Nesse sentido, referiu que o Governo dos Açores conta com os parceiros privados, “certo de que continuarão sempre prontos para fazer o que estiver ao seu alcance nesta empreitada que temos pela frente”.

“Daremos o nosso melhor. Continuaremos a fazer tudo o que estiver ao nosso alcance, num esforço que une o público ao privado, na defesa de um bem comum: o bem-estar de todos aqueles que vivem nas nossas ilhas e no desenvolvimento da nossa Região”, frisou Ana Cunha.

A Secretária Regional destacou ainda a visão estratégica do Grupo ETE e da Transinsular, “que se traduziu neste investimento” agora inaugurado, adiantando que este Pólo Logístico “vai assegurar à Transinsular uma maior eficácia e rapidez na receção e escoamento de carga, permitindo, assim, um transporte marítimo interilhas ainda mais célere e fiável”.

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