Impérios do Espírito Santo com dificuldades em cumprir as tradições

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 O Espírito Santo mobiliza centenas de pessoas um pouco por toda a ilha do Faial, onde a devoção ao Divino está extremamente enraizada. Desde o Domingo de Pentecostes e até ao Domingo da Trindade, os Impérios e irmandades da ilha festejam com especial fervor, cumprindo todas as solenidades associadas e esse culto.

Uma das tradições do Espírito Santo é o cortejo entre o Império ou a casa do imperador e as igrejas. Esta tradição pode, no entanto, estar em risco. É que o licenciamento de qualquer atividade na via pública que implique condicionamento do trânsito, seja essa via da responsabilidade da Câmara Municipal ou do Governo Regional, requer a emissão de um parecer da Polícia de Segurança Pública (PSP) onde esta especifique os requisitos necessários à segurança da referida atividade.

De acordo com o subintendente Carlos Ferreira, comandante da PSP da Horta, a entidade policial entende que, para garantir a segurança do cortejo, este deve ser acompanhado por um agente. Ora, para fazer face ao grande número de cortejos que se fazem nesta altura (só no passado fim de semana a PSP da Horta contou com 18 pedidos de parecer), é necessário mobilizar agentes que estariam em período de folga, ficando esses custos a cargo da entidade organizadora do cortejo. Essa mobilização, num feriado, implica o pagamento de 53 euros. Para os Impérios, sem grandes receitas próprias, é muito difícil fazer face a essa situação.

No Capelo, os três Impérios da freguesia optaram por deixar cair a tradição, transportando as coroas de carro e organizando o cortejo apenas no adro da igreja.

De acordo com Mário Lemos, do Império da Santíssima Trindade, este “não tem disponibilidades económicas para fazer face às despesas”. O historiador teme que situações como esta levem ao fim de tradições como os foliões. Estes, recorde-se, eram noutros tempos responsáveis por animar os arraiais, mas com o surgimento das filarmónicas foram elas a assumir essa função, ficando os foliões circunscritos ao cortejo e aos momentos a ele associados.

Mário Lemos critica o que considera ser a falta de sensibilidade das entidades responsáveis e lembra outras situações de ocupação da via pública onde não marcam presença polícias, como é o caso das peregrinações dos romeiros, em São Miguel.

Para evitar que a tradição dos cortejos se perca, os responsáveis pelo Império da Santíssima Trindade estão a preparar um abaixo-assinado, no qual querem envolver todos os impérios da ilha, para fazer chegar o alerta à Assembleia Regional e à deputada eleita pelo Faial à Assembleia da República.

Leia a reportagem completa na edição impressa do Tribuna das Ilhas de 24 de maio de 2013, ou subscreva a assinatura digital do seu semanário

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