Laços culturais são “o melhor cimento” da comunidade lusófona, diz Avelino Meneses

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Durante a cerimónia de homenagem ao escritor Cristóvão de Aguiar, que decorreu na cidade do Porto dia 18 de abril, o secretário regional da Educação e Cultura referiu-se aos laços culturais como sendo “o melhor cimento” da comunidade lusófona, que, segundo o governante se encontra “ainda muito longe da consumação”.

Durante a sua intervenção Avelino Meneses, que representou o presidente do Governo dos Açores na cerimónia que marcou os 50 anos da obra literária do autor açoriano, incitou à tomada de um papel preponderante por parte de Portugal na constituição de uma comunidade lusófona “assente em bases de cooperação e respeito”, ainda para mais num contexto no qual diz “os beneficiários da autonomia ainda pugnam pela ampliação de direitos e os detentores da independência [ex-colónias portuguesas] ainda buscam os caminhos do desenvolvimento”.

Para criação deste laços o secretario regional mencionou o papel dos escritores como “fundamental”, exemplificando com a obra de Cristóvão Aguiar, “que já é dos Açores, de Portugal e de toda a Lusofonia”. 

Meneses frisou o meio século de escrita do autor açoriano como anos pautados por obras em “defesa dos oprimidos”, com “omnipresença de temas açorianos”, e livros muitas vezes criados seguindo uma “linguagem de sabor dialetal e regionalista”, lembrou.

“Com clarividência e com razoabilidade, Cristóvão de Aguiar duvida da existência de uma literatura açoriana, preferindo falar de uma escrita de expressão insular com raízes continentais e com extensão atlântica, constituindo tudo isto o universo dúbio da lusofonia”, afirmou Avelino Meneses.

Cristóvão de Aguiar nasceu na ilha de S. Miguel e arrecadou diversos prémios ao longo da sua carreira, nomeadamente o Prémio Ricardo Malheiros, da Academia das Ciências de Lisboa, o Grande Prémio da Literatura Biográfica, da Associação Portuguesa de Escritores e o Prémio Nacional Miguel Torga, este último por duas vezes. Foi também condecorado com a Ordem do Infante Dom Henrique e, em 2012, recebeu a Insígnia Autonómica de Reconhecimento. 

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