Notas Estivais

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O Faial e o Triângulo na Timeout
A revista “TimeOut” acaba de publicar um número dedicado aos Açores, que intitulou de “O melhor dos Açores – Guia 2017/2018”.
Não li com muito pormenor toda a revista, mas o que li deu para encontrar erros, uns mais graves que outros, e um inadmissível, logo a abrir a secção dedicada ao Faial: “Como chegar – a SATA voa diretamente de Lisboa para a Horta três vezes por semana, mas é possível chegar ao Faial em qualquer dia vindo de Ponta Delgada ou fazendo escala na Terceira.”). Numa revista que sai agora, em plena época alta do turismo, não são compreensíveis erros como este.
Mas, mais importante do que isso, o que quero ressaltar é o aspeto positivo das referências que são feitas à generalidade das nossas ilhas e ao que elas têm de bom e único para oferecer a quem nos visita.
Particularmente abundante em relação ao Faial, a revista apresenta um conjunto muito alargado de sugestões e atividades, com excelentes fotos e textos simples e atrativos, onde, entre outras coisas, nos orgulhamos de ter talvez “a melhor sandes de carne assada do mundo.”
No conjunto, a revista dedica a S. Miguel 15 páginas, ao Faial 12, a S. Jorge 6, ao Pico 5, à Terceira 7, a Santa Maria, Graciosa, Flores e Corvo 2 páginas a cada uma.
Conclui-se, portanto, que às ilhas do Triângulo a revista dedica um total de 23 páginas. E isso não é por acaso. É apenas mais um exemplo das enormes potencialidades de uma sub-região que teima em não ser considerada nem promovida com a importância turística que merece, porque, objetivamente, isso não interessa a alguns dos interesses instalados.
Mas, o que é mais grave, é que esta sub-região do Triângulo também não tem mais importância, a todos os níveis, porque os que nela vivem continuam a desbaratar e a dividir as suas forças em bairrismos pacóvios e ultrapassados, em vez de unirem as suas forças e as suas vontades no progresso e desenvolvimento das suas três ilhas, única forma de conseguirem ter a voz e a força que a cada uma per si falta no conjunto dos Açores.
O mesmo se diga dos governantes e autarcas que temos tido nestas três ilhas: salvo honrosas e muito pontuais exceções, a verdade é que cada um tem estado preocupado exclusivamente com o seu quintal, esquecendo que ele só ganhará força e pleno sentido no conjunto a que naturalmente pertence: o Triângulo.  A inação absoluta em que vive a Associação de Municípios do Triângulo é disso o maior exemplo.
 
DESEMPREGADOS E OCUPADOS NOS AÇORES
 
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É verdade e é bom que as taxas de desemprego estejam a baixar nos Açores nos últimos meses. Mas não deixa de ser sinal preocupante o facto de se verificar que continua a ser o Estado e os serviços públicos os principais a absorver novos empregados. Como também é preocupante a evidente correlação entre diminuição de desempregados e aumento de ocupados, isto é, daqueles que integram os vários programas ocupacionais. 
Com efeito, os dados do desemprego publicados pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional, relativos a maio, não enganam: entre maio de 2016 e maio de 2017 houve nos Açores menos 1.033 desempregados, mas, em contrapartida houve mais 912 “ocupados”, com os totais assim distribuídos: 
Por conjunto de ilhas, verificamos que em S. Miguel/Santa Maria, há menos 344 desempregados e mais 454 ocupados; na Terceira/Graciosa/S. Jorge, há menos 478 desempregados e mais 227 ocupados; e no Faial/Pico/Flores/Corvo, há menos 211 desempregados e mais 231 ocupados. 
Significa, portanto, que apenas no conjunto das ilhas Terceira, Graciosa e S. Jorge é que a redução do desemprego foi maior (478) que o crescimento dos ocupados (227). Nas outras ilhas todas, o número de ocupados cresce mais do que a redução dos desempregados, sinal evidente de que a situação dos “ocupados” tende a cristalizar-se e aquilo que devia ser algo de transitório, afinal, está a perdurar e a persistir, disfarçando, no fundo, o desemprego.
O que não é bom sinal, nem para as pessoas nem para a saúde da nossa economia.

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