Número de passageiros desembarcados no Faial diminui

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A Secretária Regional dos Transportes e Obras Públicas defende que o Governo dos Açores tem cumprido os seus compromissos ao nível do melhoramento da operacionalidade dos aeroportos, incluindo o Aeroporto da Horta.
Por sua vez, a Câmara do Comércio e Indústria da Horta afirma que as estatísticas “confirmam os efeitos negativos dos constrangimentos impostos pela SATA principalmente ao Aeroporto da Horta, mas também ao PICO e restantes ilhas que são da nossa esfera de abrangência”

A Secretária Regional dos Transportes e Obras Públicas, Ana Cunha, foi ouvida sobre as duas petições distintas, relativas à operacionalidade dos aeroportos do Faial e do Pico, na Comissão Permanente de Economia da Assembleia Legislativa, que decorreu no final do ano transato.
A Secretária relembrou que se perdeu uma oportunidade de acautelar a ampliação da pista da Horta aquando da privatização da ANA Aeroportos.
“Temos uma infraestrutura aeroportuária que é privada, que se rege por interesses privados”, declarou.
Nesse sentido, Ana Cunha salientou que o Governo Regional tem diligenciado um investimento que aumente a operacionalidade da pista do aeroporto da Horta junto do Governo da República e da ANA Aeroportos SA.
“Nomeadamente, e apenas mencionando um histórico muito recente, quando foi chamado a pronunciar-se como uma das entidades consultadas, acerca do plano estratégico daquela empresa, que de facto, não prevê o aumento da pista”, destacou Ana Cunha.
Contudo, Cunha sublinhou que o Governo tem concretizado algumas das revindicações das petições, como a implementação do sistema RISE.
“Recordando que, do ponto de vista da SATA, já habilitou os seus aparelhos com o sistema de aproximação RISE, e que permite, de facto, uma melhoria significativa das condições de operacionalidade”, sinal de que a própria empresa acredita que este sistema vai diminuir o número de cancelamentos ou outras irregularidades.
No seguimento da reunião, também a Câmara de Comércio e Indústria da Horta (CCIH) veio demonstrar o seu descontentamento com os dados do Serviço Regional de Estatística dos Açores sobre o número de passageiros para os Açores, divulgados no dia 7 de dezembro.
Apesar de o número de passageiros desembarcados no Faial ter aumentado em setembro, fê-lo com uma taxa muito baixa em comparação com S. Miguel e Terceira que tiveram um aumento homólogo de 29% e 18%, respetivamente.
Adicionalmente, em novembro o Faial teve uma diminuição de 2,6% de passageiros desembarcados. “As nossas preocupações são confirmadas por estes números e, podemos antecipar uma evolução mais negativa quando já não é possível chegar ao Faial com conforto em voos diretos do exterior, operados pela Azores Airlines e por vezes em voos inter-ilhas operados pela Air Açores”, frisou a Direção da CCIH num comunicado enviado às redações.
No mesmo comunicado a CCIH referiu alguns dos constrangimentos resultantes do “serviço de menor qualidade que a SATA tem prestado no transporte aéreo de passageiros e carga com destino e origem no aeroporto da Horta, Ilha do Faial”.
Exemplo é a informação de que “não estão previstos quaisquer voos extraordinários para os dias que antecedem a época de Natal e Ano Novo e tem sido implementada uma operação de troca de aparelhos, substituindo aparelhos de maior capacidade por outros de menor número de lugares, nas rotas para o Aeroporto da Horta”.
Não esquecendo que “o custo das passagens e os custos de dormida e alimentação, resultantes de não poder efetuar ligações através de outros aeroportos no mesmo dia” também são um constrangimento.
Para a CCIH “a redução da acessibilidade através de transporte aéreo está a prejudicar o desenvolvimento da Ilha do Faial em primeiro lugar, mas também as outras que estão sob as nossas competências”, recomendado que “o GRA num futuro muito próximo possa garantir que todas as ilhas sem exceção, operações e soluções de transporte aéreo na lógica de cumprir com o desígnio o ‘objetivo’ de promoção do destino Açores”.
Ainda no comunicado a Câmara do Comércio revelou que o atual modelo de acessibilidades, que “de forma muito evidente tem prejudicado o desenvolvimento da ilha do Faial e do restante triângulo”, será em breve analisado.
A Direção da CCIH encontra-se apreensiva com “a programação de voos para o próximo verão IATA (2018), sabendo-se a esta data que apenas estão previstos 9 voos da Azores Arilines por semana e não os 14 conforme reivindicação da CCIH e da Câmara Municipal da Horta”.
A concluir, a CCIH salientou que “o modelo de acessibilidades tem de constituir-se como um fator de desenvolvimento de todas as ilhas e nunca poderá ser transformado em fator de subdesenvolvimento de algumas ilhas em benefício de outras”.

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