O consumo de drogas na adolescência na sociedade de consumo

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As drogas não são um fenómeno recente, na verdade são tão velhas como a humanidade. Há mais de dez mil anos que os médicos chineses as usavam com fins medicinais. Vários historiadores – Hérodoto , Tácito – fazem relatos sobre o uso da cannabis por alguns povos. Consta que o médico da raínha Vitória a receitava à rainha para as dores menstruais. Mas não é sobre os usos farmacológicos da cannabis que trata este artigo mas sobre os riscos da vulgarização do seu consumo entre os mais jovens na ilha do Faial.
De facto, constata-se que o consumo de substâncias pelos adolescentes deixou de ser um fenómeno marginal e passou a ser um fenómeno de cultura. Os jovens acedem facilmente às drogas, pois foram transformados em consumidores, como todos nós. Dado que nas sociedades de consumo tudo se compra e tudo se vende, nomeadamente as drogas, os jovens passaram a ver as drogas apenas como mais um produto.
É um facto que os adolescentes são os mais vulneráveis, por razões de natureza neurológica, psicológica e social. O cérebro do jovem não tem a maturidade suficiente para a análise crítica e antecipação de consequências dos comportamentos de risco; maior autonomia em relação à família, o contacto direto com as drogas nos ambientes que frequentam com os amigos – bares, discotecas – e na escola, por influência dos pares. Há outros fatores socioeconómicos, como famílias desagregadas, situações de sofrimento físico e emocional que estão, muitas vezes, na origem do baixo rendimento escolar. Em termos neurológicos, estes factores traduzem uma menor capacidade de memória a curto prazo, problemas de atenção, pouca assertividade e, consequentemente, menor resistência às pressões do grupo, potenciando comportamentos de risco e anti-sociais,
A Educação para a Saúde é uma responsabilidade de todos, pais, professores, comunidade, e dever-se-á fazer um esforço para ser integrada no quotidiano dos adolescentes, na família, na escola e na comunidade. Por essa razão, é tempo de tomar consciência dos riscos associados ao consumo das drogas e desenvolver ativamente ações preventivas.

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