O copo a meio…

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Um copo a meio tanto pode ser visto meio cheio como meio vazio. Como está para si?

O Eurostat, o gabinete de estatística da União Europeia, apresentou números do segundo trimestre europeu e, depois de seis semestres consecutivos da economia a cair, no curso da mais longa contração da economia europeia desde a segunda Guerra Mundial, o PIB da zona euro apresentou finalmente um valor positivo de 0,3%. Tímido, é certo; quase insignificante em termos absolutos; mas muito significativo em termos relativos.

 

A comunicação social tem destacado os 0,7% de crescimento da Alemanha e os 0,5% da França, com escassa referência (se alguma…) ao crescimento também de 0,7% da Finlândia e da República Checa ou de 0,6% do Reino Unido – o que confere mais alguma consistência a este crescimento. A referência aos números relativos a Portugal também tem sido escassa. E no entanto, Portugal alcançou um crescimento de 1,1% neste segundo trimestre, ou seja destacadamente o mais elevado de todos os Estados-membros.

Não ignoro que este valor surpreendente não nos liberta do grupo dos oito países europeus que continuam em recessão, à semelhança do PIB da zona euro que continua a sofrer quebras de 0,7% face ao segundo trimestre de 2012, enquanto na União Europeia a queda foi de 0,2%. A crise ainda não terminou!

Por isso importa certamente manter a prudência e não aliviar os mecanismos que têm conduzido a estes bons resultados. Não obstante, estes valores fazem renascer a esperança das pessoas e a confiança dos agentes económicos.

 

Aliás, no que se refere a Portugal poderíamos ainda acrescentar mais alguns dados recentes muito positivos. Ainda segundo o Eurostat, a inflação na zona euro estabilizou nos 1,6% e em Portugal foi de 0,8%. Segundo o Instituto Nacional de Estatística/INE, as exportações portuguesas aumentaram 6,3% e as importações cresceram 2,1% no segundo trimestre, face ao mesmo período de 2012, permitindo uma redução do défice da balança comercial de 424,2 milhões de euros. Além disso, e também segundo dados do INE, pela primeira vez desde 2011, a taxa de desemprego em Portugal desceu 1,3% no trimestre anterior, situando-se agora em 16,4%.

 

Em resposta a estas notícias, tenho ouvido e lido, porém, que o INE não é objectivo nem independente nos valores que apresenta, numa inequívoca insinuação totalmente infundada de que aqueles números são manipulados por um organismo oficial; que a redução do défice da nossa balança comercial se fica a dever sobretudo à limitação das importações por falta de poder de compra em relação ao passado, esquecendo que o aumento das exportações superou os valores da redução das importações; que a diminuição da taxa de desemprego se fica a dever à sazonalidade, apesar desta se verificar todos os anos e a presente quebra ser a maior trimestral nos últimos 15 anos. Os “velhos do Restelo” respondem a estes números positivos declamando muito outros negativos, que lamentavelmente ainda abundam, evidenciando a sua intolerância perante quem ousa manifestar um pouco de optimismo perante alguns dados positivos.

E, todavia, o optimismo estimula o crescimento e o crescimento, mesmo nestes seus valores tímidos e inseguros, alimenta o optimismo e assim sucessivamente.

Para mim o copo está meio cheio!

 

www.patraoneves.eu

 

 

 

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