Com os números diários da Covid-19 em queda e o Estado de Emergência, por três vezes decretado pelo Presidente da República, a chegar ao fim, começa-se agora a pensar num aligeiramento das medidas de restrição e em definir, de forma concreta e realista, os moldes em que se efetuará a reabertura da economia e o regresso dos cidadãos à convivência social.
Em Portugal sabemos que será um retorno lento, cauteloso e por etapas. Mas como?
Hoje conhecer-se-ão quais os setores da atividade económica que começarão por abrir as portas no mês de maio e que medidas terão que ser por estes implementadas para garantir a segurança de funcionários e clientes.
Já sabemos que as escolas do 1.º, 2.º, 3º ciclos e o 10.º ano de escolaridade não abrirão mais este ano letivo, que as universidades e politécnicos ainda estudam formas possíveis de reabrir e que somente haverá aulas presenciais para os estudantes do 11.º e 12.º anos, uma vez que realizarão exames nacionais.
A reabertura das escolas, possivelmente onde se incluirão as dos Açores, prevista para o dia 18 de maio, exigirá, novamente, um trabalho desafiante a todos os profissionais desta área, salientando-se os respetivos planos de contingência a implementar que são fundamentais, tendo em conta o previsível aumento da interação social e o aumento da possível contaminação e, concomitantemente, do número de infetados.
A pandemia obrigou a um shutdown da economia nacional e a sua reabertura, indispensável para a criação de riqueza, impõe-se como premente no curto prazo, sempre com normas específicas de segurança e novos padrões de comportamento social assente em regras de distanciamento, de proteção pessoal e do uso generalizado das máscaras.
O pequeno comércio abrirá já no dia 04 de maio, pois é aquele que menos gente junta, exige menos distância de deslocação e que melhor serve a economia local, para depois abrirem no dia 01 de junho as grandes superfícies.
Se até aqui não se prevê que a população tenha grandes dificuldades em adaptar-se e cumprir as novas regras de socialização e de segurança, as dúvidas e preocupações surgirão na utilização dos transportes públicos e com a abertura de desportos de multidões como o futebol.
Será que iremos ter jogos de futebol à porta fechada, sem público, enquanto não tivermos uma vacina? Como será possível realizar um jogo de futebol sem que haja um contato físico entre os jogadores? Dúvidas pertinentes que terão resposta lá para junho.
E agora que o verão se aproxima, como será o acesso às praias? Se nos Açores, pelo número reduzido de praias, o controlo no acesso às mesmas e a lotação máxima de banhistas não levantará problemas às autoridades, no continente português, com uma costa extensa de praias, muitas delas não vigiadas, dificilmente esse controlo será uma realidade.
E nas praias lotadas do Algarve e da Linha do Estoril? Como se conseguirá limitar o número máximo de pessoas ou a distância mínima entre toalhas e na saída da água? E o uso de máscara dentro dos restaurantes e esplanadas de praia? Vislumbram-se muitas dificuldades no acatar destas regras.
O turismo é um dos setores chave da economia nacional e regional. E o transporte aéreo sua parte essencial. Daí a urgência em fazer regressar à atividade as companhias aéreas. No entanto, para que tal seja possível, teremos que enfrentar rígidas normas de proteção como sejam os testes rápidos à entrada dos voos, a medição da temperatura ou o distanciamento entre os passageiros, para além da ocupação de menos lugares nos aviões.
São estas algumas das medidas excecionais a que certamente, a partir do próximo dia 04 de maio, nos teremos que habituar, naquela que será a nossa “nova” normalidade.
#FicaEmCasaFaial