Os vira casacas desta vida

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O escrito de hoje, é um escrito diferente. É um escrito sobre as circunstâncias da vida, que conduzem uns e outros, para caminhos – jurados – nunca antes vir a atravessar. Circunstâncias da vida…

 Todos conhecemos um vira-casacas. Seja na política, no futebol, ou em qualquer outro meandro, sabemos sempre apontar o dedo a quem, de um momento para o outro e sem explicação aparente, vem negar tudo aquilo que antes defendia. São os vira-casacas desta vida.

Na verdade, os vira-casacas não trazem mal nenhum ao mundo. Antes pelo contrário! Mostram-nos que a terra não é sempre redonda e que o sol, por vezes, gira à volta da mesma. Têm – os vira casacas – a bondade de nos demonstrar que há sempre um outro lado. Mesmo que seja aquele que, ontem, criticavam  desbragadamente.

 A incoerência de princípios e de valores é de salutar. Quando somos nós que temos razão, óbvio! Porque, de facto, quando somos iluminados por algo exterior a nós, vemos as coisas por outra perspectiva. Somos tolerantes – hoje, claro! Porque a intolerância não passou da meia-noite.

 Na política, o que mais há por aí, são invertebrados.

Mudam-se de partidos, mudam-se de facções, mudam-se de amigos para criar novos inimigos. Talvez porque se tenha percebido que “assim, não se vai lá”. E, então, o melhor é mesmo arrepiar caminho e dar uma volta de 180º.

 O mote de toda este contorcionismo moral  – a que o Cirque du Soleil não chega aos calcanhares – caro leitor, não é nenhum em especial: é, tão-só, o de arranjar um lugar, um lugarzinho, numa lista ou numa listazinha, de modo a que se ganhe o direito, de ser chamado por todos, de Sr. Doutor, Sr. Presidente, Sr. Qualquer-Coisa-Mais-Inútil. 

“- Oh, pessoa importante que vai ali.” Dirão alguns.

” – Fez um discurso que o catapultou para as estrelas”. Dirão outros.

 A eloquência deste vira-casaquismo não coloca os ponteiros no 0. Antes pelo contrário. Ajudam-nos a pensar –  dizem eles – que mudar de posição é algo verdadeiramente nobre. E belo. E numa sociedade democrática, quem fica apegado ao que disse há dois, quatro, seis anos atrás, está ultrapassado. “Isso foi há muito tempo!” Então agora com Twitter’s e Facebook’s… a história reescreve-se, várias vezes, e o último post é que conta! Homessa, quererem lembrar o que se disse há tanto tempo atrás…

 Mas atenção! Não há aqui qualquer mania de ser-se importante ou influente. O que há – e sobra – é a vontade de contribuir, de melhorar, de apresentar novas ideias, sejam elas quais forem. O que há – e resta – é a boa vontade de, juntos, estarmos a caminhar na mesma direcção. Qual? “Ah, isso.. já não sou eu a decidir.”

Os que fazem este percurso, receiam que a sua ausência torne insuportável a convivência em sociedade. Que a sociedade não possa dispensar a sua sabedoria,  o seu conhecimento, o seu talento. Vão como que em espírito de missão! Pelo povo! Nunca por si! Sempre pelos outros!

 Santa hipocrisia.

 

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                         Estudante universitário

 

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