Plano e Orçamento de 2014 contempla 20 mil euros para projeto do Museu dos cabos submarinos

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Por iniciativa do CDS-PP foi incluído no Plano e Orçamento regional aprovado na passada semana na cidade da Horta, uma verba para a instalação de um núcleo museológico dos cabos submarinos na Trinity House, dando assim corpo a uma promessa feita pelo anterior Governo Regional liderado por Carlos César.

Assim sendo, ficou inscrita no Plano uma verba, no valor de 20mil euros destinada à concretização do projeto deste Núcleo Museológico.

Ao que se sabe, na próxima sessão plenária, que decorre já na próxima semana na cidade da Horta, será apresentado pelo CDS-PP uma proposta neste sentido. 

O CDS entende que “a preservação da nossa história e cultura são fundamentais e podem trazer mais-valias para a nossa economia, nomeadamente na vertente do turismo. Por isso, propomos a inclusão de uma verba para a instalação, na Trinity House, do Núcleo Museológico de História dos Cabos Submarinos do Museu da Horta. É imprescindível que os nossos jovens e quem nos visita saiba que, aqui, no Faial, no centro do Atlântico, já fomos o centro do mundo das telecomunicações”.

 

Esta questão foi levantada, em 2009, recorde-se, pela Associação dos Antigos Alunos do Liceu da Horta e, entretanto, foi criado o Grupo de Amigos da Horta dos Cabos Submarinos. 

 

Entretanto, em agosto passado, assinalou-se a passagem do 120.º aniversário da amarração do primeiro cabo submarino na Horta com um colóquio durante o qual esteve em destaque o futuro do património tecnológico existente. John Ross, conhecido pela antiga comunidade de cabografistas como João Inglês, deu conta do trabalho que tem vindo a desenvolver na recuperação dos equipamentos e abordou o seu potencial em termos de interpretação museológica, destacando o seu valor histórico enquanto património de interesse público.

 

Salientando o potencial existente para a criação de um museu interativo, John Ross alertou a audiência para o facto deste processo não poder concretizar-se apenas pelo esforço do Grupo de Amigos da Horta dos Cabos Submarinos. O antigo cabografista salientou a necessidade de envolver toda a comunidade, em especial as gerações mais novas, como forma de garantir a continuidade da preservação das memórias do tempo em que o Faial foi o centro do mundo das comunicações. 

 

Do debate gerado pela apresentação de John Ross, destaque para unanimidade em torno da importância de preservar o património da Horta dos Cabos Submarinos, com Ricardo Madruga da Costa a considerar mesmo que adiar essa tarefa “é um ato de negligência imperdoável”.

Recorde-se que o espaço da Trinity House, onde se pretende que seja implementado o Museu pertence à Região e é atualmente um dos edifícios da Escola Básica Integrada da Horta, sendo que entretanto o Governo dos Açores já se comprometeu em cedê-lo para a instalação do Núcleo Museológico do Cabo Submarino. 

Henrique Barreiros, presidente da Associação dos Antigos Alunos do Liceu da Horta afirmou ao Tribuna das Ilhas que “esta decisão da ALRAA marca o reconhecimento do enorme trabalho realizado pela sociedade civil na reabilitação de um  património – material e imaterial – de grande relevância na história dos Açores, infelizmente, à dezenas de anos, esquecido e abandonado”.
Acrescentou ainda que “o mais importante desta decisão, mais do que o apontar um ténue vínculo orçamental (aliás, cerca de um terço do valor já mobilizado para este projeto pela Associação dos Antigos Alunos) é de facto, a aceitação da grande linha museológica há quatro anso defendida pelo Grupo dos Amigos da Horta dos Cabos Submarinos.”

 

“Estaremos sempre disponíveis (como temos vindo a demonstrar durante estes mesmos quatro anos) para garantir a devida participação cívica – competente e empenhada – no sentido de, finalmente, ser recuperado o estranho atraso na valorização dos vestígios desta memória coletiva. Mas, não entramos em qualquer forma de euforia. Há sinais que se conjugam para termos justificados receios de que nada vai avançar, por força dos labirintos da “engenharia política. Ficaremos atentos.” – rematou.

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