Portugal, para onde foste?

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Portugal, lá no extremo ocidental da Europa, foi o orgulho dos portugueses, que levaram a maior fatia da vida à sombra dos feitos deixados pelos antepassados, cuja fama de atos heróicos deu origem a uma história bela e com algum sentido. Toda a história ou estória tem sentido, porque se o não tivesse, não existia. 

E, tal como as crianças, também os adultos se entretém com estórias. E, assim sendo levámos um tempão, estufando o peito, falando de conquistas, descobertas, lutas, guerras, batalhas vencidas, reis poderosos, exércitos, marinheiros… Hoje, porém, vamos concluindo que ali houve mesmo muita estória e muita fantochada.

E ficamos pensando por exemplo se será mesmo verdade ter havido algum dia uma escola náutica em Sagres. É porque, segundo os turistas, a resposta é não. Bem que eles a procuram mas, nem vestígios. Terá sido demolida? Ou será que era a céu aberto, onde meia dúzia de homens se reuniam bebericando, olhando o mar? E Dom Henrique no meio, mandando umas ideias evoluídas com o fim de… e daí os descobrimentos, vulgo, achamentos.

Portugal tinha tudo para dar certo. Mas não deu. E continua cada vez mais errado. Uma miséria. Os descobrimentos, não foram descobrimentos. Descobrir é uma coisa. Achar é outra. Para achar, é fácil. Passa-se, olha-se, acha-se o que lá está. Tal o perder. Passa-se, não se olha, perde-se. E aí a diferença. Um vai. Outro fica.

Os portugueses não descobriram. Acharam. Não tiveram inteligência para mais. Estariam como hoje, envolvidos no melting-pot em que os mergulharam.

Assim Vasco da Gama com a descoberta da Índia. Achou. Porque D.Manuel mandou. Talvez porque o Gama estava sendo um empecilho lá na corte  e o rei para se livrar dele, mandou-o com cem homens à Índia em busca de cristãos e especiarias.

O Gama partiu e achou a Índia, chateando a cabeça a um reino novo, onde cristãos, muçulmanos e judeus viviam, quem sabe, na maior? A seguir chegou Cabral, que mais tarde achou o Brasil, bem depois de Pacheco Pereira e Hojeda, que sempre devolveram o achado intato. Desconhece-se a razão por que o Brasil se perdia tanto. Não interessa. O certo é que nós, portugueses não nos portámos bem com ele. Não o devolvemos como o encontrámos. 

E agora os portugueses não podem achar mais nada. Tem é que ouvir e calar. Comer e não refilar. Já fizeram q.b. E nunca deu certo. Ou deu? Nada como deixar o achado no sítio. Até que apareça o dono. A confusão é já mais que muita. 

Atualmente, nenhum governante tem a ousadia de mandar um português fazer um achado. Por respeito. Eles, os governantes, tratam dos achados, dos perdidos, dos vendidos, dos hipotecados, o escambau  e vão reciclando, branqueando, armazenando. Sem maçar o zé povinho sem lhe levar preocupações. Por outras palavras, fazem a cama a eles com rendas e cambraia. E cantam a canção de ninar.

O português hoje é feliz. Não precisa atravessar os mares, naufragando, encharcando-se, pneumonia à vista, para salvar um livrinho, como o Camões. E por fim ainda esmolar pelas portas. O mais que tem a fazer é cantar o fado, rir para uma boa bacalhoada, ir a Fátima pedir saúde, paz e alegria para os governantes deste país, que pertence à Europa, graças ao sr Mário, que andava meio confuso com a situação de Portugal. E que também nos deu o euro. Não deu submarinos, porque não se lembrou. Mas aí, tudo bem, o senhor Paulo já resolveu.

Por tudo isto, o nosso agradecimento a eles e a tantos outros que por aí pululam, atarefados, pensando em nós. São os nossos seguritas. E aqueles outros que tudo tem feito para o bem estar das crianças, dos velhos, dos reformados, dos pensionistas, dos desempregados, enfim… E estes, mal agradecidos, protestam, resmungam! Esses não mereciam tanto! São uns esbanjadores que no fim do mês com mais ou menos duzentos euros, ainda refilam.

Mereciam que lhes fossem reduzidas as reformas e pensões para metade. Para não andarem no regabofe. Nas queixinhas. Para saberem o que custa a vida. Enquanto contam pilhas e pilhas de notas de cinco euros, não pensam. É que cento e tal ou duzentos euros mensais é um atentado. É difícil dar tafulho a tanta massa. Por isso o país não avança. Não pode. É muita guita para uma pessoa só. Daí vícios. Os governantes deviam andar mais atentos.

Seja português deste portugalinho. Não tente igualar-se àquela padeira de Aljubarrota, mulher maluca, inimiga dos vizinhos. Pense antes em D. Isabel, transformando dinheiro em rosas. Quem sabe, você topa por aí uma Isabel da vida que transforme rosas em dinheiro. Tal como ontem, hoje há milagres. Na estória. E você, português que é, faz parte integrante dessa estória .

Adormeça tranquilo, pensando na Troika, no FMI  e  outros que tais que virão um dia. Ao seu S.O.S. Seja feliz e acomode-se. Não tente lutar contra distâncias indecentes. Mudar o mundo é uma utopia, uma ilusão. O grande mal é haver um cérebro que sabe fazer perguntas, para as quais não tem respostas, ou quando elas chegam perto, fogem. 

Muito importante: Os meus sinceros agradecimentos pela admiração e carinho que o Professor e amigo José Azevedo me tem transmitido através do jornal. Para ele, aquele abraço apertado e carinhoso que sempre nos une a cada encontro. José, é muito importante o elogio, mais, quando ele vem do mestre! Culto, exemplar e bom! Obrigada, sinceramente!

 

 

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