Sacuda o Bolor, Sr. Director! O seu!

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Ricardo Madruga da Costa
DR/TI

No passado mês de Setembro o Dr. José Carlos Garcia promoveu a apresentação do seu mais recente livro – A Indústria Baleeira dos Açores – em sessões públicas nas ilhas do Faial e Pico. Como já li o livro, sobre o qual publicarei no Boletim do Núcleo Cultural da Horta recensão crítica, limitar-me-ei a breve comentário. Convém no entanto ter em conta que se trata de um trabalho que é fruto de uma aprofundada pesquisa como se deduz da extensa bibliografia a que o autor recorreu, resultando do trabalho uma obra do maior interesse sobre a nossa cultura baleeira. Acrescentarei apenas que o Dr. José Carlos Garcia, para além de sociólogo, produziu desde o ano de 2002 extensa bibliografia sobre o tema da indústria baleeira. Cerca de dez trabalhos já publicados, dão conta do seu saber nesta área específica. Estranhar-se-á por isso que na sessão de apresentação realizada no Museu dos Baleeiros, num episódio de inaudita deselegância, o director da instituição, presidindo à mesa, lhe tenha dirigido um rosário de insultos que o Jornal do Pico na edição de 12 de Novembro reproduziu, O jornal publicita ainda o detalhado conteúdo da carta que o visado entendeu dirigir à Secretária Regional da Cultura, da Ciência e Tecnologia. Mas importa sublinhar que não é apenas o autor do livro que é insultado o que também explica as minhas considerações. Refira-se que uma demonstração pública de falta de educação por parte de um quadro exercendo um cargo de chefia da Direcção Regional da Cultura, é sempre um acto vergonhoso e inadmissível. Para que melhor se compreenda o que está em causa, numa inesperada intervenção de todo deslocada, o referido director, para além de atributos menos sonantes visando o Dr. José Carlos Garcia, como “pedinte de apoios”, “investigador bacoco”; “caniche de pais científicos”, alargou o leque das alarvidades e prosseguiu assim: “vem de uma universidade periférica motivo de chacota, o refugo de Lisboa”; “orientado e ensaiado por conhecimento académico bolorento”. O chicote de um qualquer “master” de um navio da frota baleeira americana seria certamente menos violento. Só que não estamos no século XIX. E algum leitor perguntar-me-á: e o que é que tens a ver com este assunto? Poderia, sem qualquer esforço, recitar uma série de razões. Mas vou cingir-me a uma. É que o autor das referidas e ultrajantes bacoradas não insultou apenas o Dr. José Carlos Garcia. Insultou os açorianos e, em particular, quem frequentou e se formou na Universidade dos Açores. E para que se perceba o alcance do insulto, desejo citar um excerto de um discurso que pronunciei em 2011, na Universidade dos Açores, quando presidi ao seu Conselho Geral:

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