Somos todos Marega! E o Corona como se sentirá? A Eutanásia

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No passado domingo o estádio do Vitória de Guimarães foi palco não só de um jogo de futebol da Primeira Liga, mas também de um episódio deprimente, ignóbil e merecedor de condenação por parte de toda a sociedade.
Os insultos racistas praticados por alguns adeptos logo desde o início do jogo ao futebolista do Futebol Clube do Porto, Moussa Marega, mostraram que o seu propósito quando compraram o bilhete não era apenas assistir a uma partida de futebol, mas também atingir na sua dignidade aquele específico jogador.
Esta atitude foi imediatamente reprovada por muitos quadrantes do desporto, da política, da sociedade e, simultaneamente, altamente reprovada por toda a imprensa nacional e internacional.
Mas porque é que acordámos agora para este fenómeno? Não se tratou de uma ocorrência nova. Já assistimos a diversos jogadores de futebol, em Portugal e em outros países, serem alvo desse tipo de insultos. Já vimos este género de episódios acontecer frequentemente em estádios da segunda liga, da terceira divisão, dos distritais e até junto dos mais jovens.
Acordámos agora porque a atitude de Marega, ao sair do terreno de jogo, ao não querer continuar em campo após ter sido insultado, nunca ninguém a tinha tomado antes. Foi uma novidade. Uma novidade que poderá significar definitivamente uma viragem na forma como as entidades ligadas ao desporto, em primeira instância, e, depois, as entidades judiciais e políticas devem olhar para este problema.
Temos que ser todos Marega perante este ato triste. Temos que ser todos Marega em reprovar e condenar a prática da discriminação racial tanto no futebol, como em qualquer outro desporto, ou no nosso quotidiano.
Alvo também de um acontecimento insólito foi Corona, igualmente jogador do F.C. Porto, quando a Organização Mundial de Saúde decidiu atribuir o seu nome a um vírus epidémico. Mas quem é que se lembrou de dar o nome de um jogador de futebol a um vírus?
Poderia tal facto ter tido uma influência negativa no rendimento desportivo de Corona, levando-o a resguardar-se em casa, a manter-se numa suposta quarentena, para fugir às brincadeiras de mau gosto associadas ao seu nome. O que é certo é que a Organização Mundial de Saúde já corrigiu essa situação e alterou há uns dias atrás o nome de Coronavírus para Covid-19.
Esse devastador surto já colocou em quarentena várias cidades chinesas, uma das quais com 11 milhões de habitantes, já causou mais de 2 mil mortos, maioritariamente na China, mas também em Hong Kong, em Taiwan e no Japão e atingiu os 74 mil infetados.
Pelos Açores, felizmente, não há conhecimento de nenhum caso.
Isto apesar de as autoridades regionais terem aberto a porta há uns dias atrás, inadvertidamente, à possibilidade de propagação desse vírus, permitindo a aterragem no aeroporto de Ponta Delgada de um avião com cidadãos chineses provindo de Hong Kong, sem terem ainda cumprido o período de incubação do vírus.
A sua presença e a sua estadia na ilha de São Miguel, colocou-nos a todos em risco, mas sobretudo aqueles que com esses passageiros contataram.
E porque a eutanásia e a sua tentativa de despenalização estão na ordem do dia – escrevo antes das votações agendadas para o dia 20 de fevereiro na AR – defendo que essa temática, por respeitar apenas à consciência individual de cada cidadão e não se tratar de uma questão política, deverá ser primeiramente objeto de um amplo debate cívico, para que, depois, seja submetida a referendo popular.
Nesta matéria em concreto – a defesa do direito à vida – cabe unicamente ao povo decidir.
Pois, como escreveu Henrique Monteiro no Expresso, “aberta a porta da não inviolabilidade da vida, ela não se volta a fechar…”

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