A cidade abre-se, radiosa, frente ao mar que é o seu desígnio e o seu progresso, a sua ciência e a sua atração, a sua diferença e o seu poder.
A ilha acompanha a cidade e desce até ao mar para celebrar a Semana que é de todos os faialenses e de todos os visitantes, de todos os que amam o mar e investem na celebração do convívio e da hospitalidade.
A Semana do Mar é um festival desportivo e cultural que envolve movimento, cor, sabores, sons, emoções, revisitação do imaginário coletivo, respeito pelas tradições e inovação, sempre na senda da conciliação da vontade popular e das possibilidades técnicas, financeiras e humanas dos promotores, produtores e realizadores da maior festa do Faial.
Num tempo difícil como o que vivemos compatibilizar os diferentes ingredientes é um equilíbrio ousado. Não faltam os que o compreendem, colaboram e dão o seu melhor pelo que é não apenas a nossa festa, mas também uma marca identitária. Não faltam igualmente os que gostam de derrubar e se autocomprazem na crítica para menorizar o trabalho de quantos se envolvem – muitos a título gracioso – na promoção desta Semana. Há ainda os que elaboram a sua opinião de forma construtiva no sentido de contribuir para melhorar próximas edições.
Gerir a festa ou o que quer que seja (inclusive a vida) é procurar incessantemente o equilíbrio entre o que nós gostaríamos que acontecesse, o que acontece, o que está nas nossas mãos fazer acontecer e o que está em nós aceitar, na impossibilidade de agir para mudar o que nos parece não estar bem.
A sabedoria não é minha, vem dos índios e propagou-se a outras culturas que lhe reconheceram – reconhecem – alguns dos aforismos mais poderosos e assertivos para apreciar e viver o presente com capacidade para lutar, para aceitar e para distinguir quando devemos aplicar as nossas energias numa ou noutra atitude.
A simplicidade deste alicerce esbarra, porém, com complexidades várias e, sobretudo, com o não reconhecimento das dimensões do nosso microcosmo e do universo.
Esta é a Semana do Faial. Não percamos o momento nem desperdicemos energias preciosas. Saibamos saudar e receber os visitantes como gostamos de ser acolhidos, com delicadeza, atenção, apreço, coração aberto. Saibamos reconhecer o que temos de bom e o que poderemos vir a fazer melhor. Façamos desta a nossa festa, a nossa celebração do mar, a alegria do reencontro. Merecemos o esforço de quantos trabalham para nos oferecer esta Semana. Da parte de quem recebe, também é bonito aceitar e agradecer.