Assunção Cristas defende mais valorização para a produção açoriana

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Na passada sexta-feira, Assunção Cristas, vice-presidente do CDS-PP que detém também a pasta da Agricultura no Governo da República, visitou a fábrica da Cooperativa Agrícola de Lacticínios do Faial (CALF), acompanhada por Artur Lima, líder do CDS-PP/Açores, e por Graça Silveira, primeira candidata dos populares pelo Faial às legislativas de Outubro.

Na ocasião, Assunção Cristas mostrou-se preocupada com o aumento dos custos de produção na agro-pecuária, apontando a valorização dos produtos como forma de contornar essa dificuldade. “Nos Açores e no Faial temos produtos específicos com muitas qualidades que podem ser bem apreciados no continente e no estrangeiro e tem sido feito um esforço nesse sentido”, explicou. A ministra da Agricultura lembra que o estatuto de Região Ultra Periférica, apesar de conferir aos Açores alguns benefícios especiais, faz com que os custos de produção sejam ainda mais elevados e difíceis de combater. “Com a mesma matéria-prima temos de ter mais valor”, entende. Nesse sentido, equacionou a possibilidade da CALF passar a produzir também iogurtes.

A manutenção das quotas leiteiras é outra das bandeiras da ministra, que referiu que Portugal conta já com o apoio de mais cinco países na defesa desta ideia em Bruxelas. “Acredito que, dada a conjuntura internacional difícil, pode haver mais países a olharem de novo para as quotas”, referiu, reconhecendo no entanto que será difícil reabrir este dossier. Por isso, garante, Portugal está já a pensar em mecanismos de compensação caso se confirme o provável fim do regime de quotas leiteiras.

 “É fundamental repensar a vaca leiteira”

Quem o diz é Graça Silveira, para quem uma mudança de raças na produção leiteira é o caminho para uma maior valorização do leite. A candidata a deputada reconhece que uma reconversão gradual das explorações tem como principal problema “o nível de encabeçamento”, uma vez que este determina os apoios ambientais. “O nível de encabeçamento é o número de animais por hectare. É isso que indica se estamos num regime extensivo ou intensivo. Se tivermos muitas cabeças por hectare estamos num regime intensivo e os produtores deixam de receber esses apoios”, explica. No entanto, como explica Graça, há que ter em conta que as vacas holfstein (raça actualmente utilizada) são de maior porte que as jersey, por isso defende que o nível de encabeçamento teria de ser compensado neste caso. 

A candidata frisa que esta excepção não é inédita, exemplificando com a Terceira, onde “já existem níveis de encabeçamento específicos para o gado bravo”.

Graça Silveira defende que a produção leiteira nos Açores deve centrar-se na raça jersey, mas reconhece que existem outras raças, “como a vermelha dinamarquesa, que têm mais tradição no Faial e tem maior conformação de carcaça em termos de abate quando deixa de ser leiteira”. Este tipo de raças caracteriza-se por uma “maior quantidade de gordura e proteína”, o que, como explica a candidata, permite aumentar “os rendimentos queijeiros e de manteiga, o que, no caso da CALF, seria essencial pois a fábrica não produz leite”.

A questão da água à agricultura também despoleta preocupações em Graça Silveira, que entende que “o lado norte da ilha tem sido penalizado”. “Muitos dos agricultores compram água à rede. Existe uma lagoa com a própria conformação natural, ou seja, não era necessário fazer uma lagoa artificial de raiz, mas apenas impermeabilizar esta e permitir aos agricultores água muito mais barata”, considera.

 

 

 

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