O primeiro foi há 43 anos, mais precisamente a 4 de Julho de 1972, aliás em dia comemorativo para as duas Cidades, irmanadas pela “baleação: Horta, de Vila a Cidade e New Bedford, independência da América.”
Recorde-se que foram os faialenses, radicados em New Bedford, Fernando Neto, já conselheiro no City Council, e João Miguel da Silva, autores da iniciativa, bem recebida pelo Presidente Macedo e Mayor Markey.
E em Março e Abril de 1972 a Câmara da Horta e o City Council de New Bedford oficializam a geminação das duas cidades, cuja irmanada terá começado na paragem das Baleeiras norte-americanas no Porto faialense.
Todavia, para que o histórico acontecimento não ficasse apenas no papel, eis que a 4 de julho de 1972, a convite da vereação da Câmara da Horta, o Mayor John Markey e o Conselheiro Fernando Neto, acompanhados das esposas, desembarcam no Aeroporto faialense para o Primeiro aperto de mão.
Foram quatro dias de inesquecível confraternização: Cumprimentos ao Governador do Distrito e ao Presidente da Junta Geral, visita às redacções de “O Telégrafo” e “Correio da Horta”, almoço na Quinta de São Lourenço, passeios pela ilha e paragem no Vulcão e porto do Comprido, jogo de futebol no Estádio da Alagoa entre equipas do Fayal Sport e do Clube União Faialense, de New Bedford.
Se bem que o momento alto foi a sessão solene de Boas Vindas, no Salão Nobre do Município, sob a presidência do Governador, em exercício, Dr. José de Freitas, dada a ausência do Governador Freitas Pimentel, em que foram oradores o Presidente Victor Macedo e o Mayor John Markey(foto).
Como nessa noite havia o tradicional “Four July” na esplanada do Sporting, dedicada aos emigrantes das ilhas do Canal, tanto o Mayor como o Conselheiro e esposas, Carol e Helena, em gentil gesto aceitaram o convite e fizeram questão de se juntarem aos dançantes.
E como a outra ilha do Canal está sempre presente em ocasiões especiais fez naturalmente parte do extenso programa.
Terminava assim o primeiro Aperto de mão das Cidades irmãs, por sinal correspondido com a deslocação meses depois de uma deputação faialense a New Bedford, constituída pelo Presidente da Câmara Victor Macedo e pelos Vereadores, Mário Frayão e Pacheco de Almeida
Nota à margem
A visita, atrás referida, teve também algo especial, mormente para a gente da minha geração: terá ficado a saber o Dia em que a Horta passou de Vila a Cidade, por valiosa intervenção do Dr. António José de Ávila (depois Duque d ‘Avila) junto de D. Pedro IV.
E a partir de 1972, o seu aniversário tem vindo a ser assinalado devidamente, salientando-se nos últimos anos regatas de botes baleeiros, a remos e à vela, com a participação de equipas masculinas e femininas das duas Cidades e do Pico, e alternadamente na América, ocasião sempre aproveitada para o já tradicional Aperto de mão.
AÇORES e as águas portuguesas
O Deputado centrista Félix Rodrigues, líder da coligação CDS/PPM à Assembleia Nacional é de opinião, de que os Açores devem passar a ser o centro na fiscalização das águas territoriais portuguesas.
Concordando inteiramente com a posição do jovem e ilustrado político terceirense, achamos que o que mais interessa é, para já, a transferência dos meios navais das águas continentais para as da Região, aliás bem mais amplas.
E se Ponta Delgada e as Lajes tem melhores condições para os Low-Cost, o porto da Horta é de longe o mais indicado para centro da defesa e fiscalização das nossas águas.
Nem será preciso lembrar que foi o Porto faialense o escolhido pelos ingleses na última Guerra no combate aos submarinos alemães.
ZECA SIMAS, deixou nome no Pico
Manuel José Baptista Simas era seu nome e apelido, mas tratado por Zeca Simas pelos amigos e até popularmente, mesmo após sua licenciatura em Engenharia florestal.
Sempre que vinha com a esposa, Ana Maria, a Angra do Heroísmo, raramente deixava de me honrar com sua apreciada visita.
Sendo pessoa assaz ilustrada e um conversador nato, dissertando sobre os mais diversos assuntos, o tempo passava sem se dar por isso, aliás, foram tardes que jamais esquecerei.
Embora o sabendo atacado por grave doença, nunca julguei que seu passamento viesse tao depressa.
Todavia, meu pesar foi, quanto possível, suavizado ao saber da justa homenagem do Governo Regional em dar o nome de Manuel José Baptista Simas à Reserva Florestal de Recreio da Praia, em São Roque do Pico.
E do comunicado relativo à reunião do Conselho do Executivo na recente visita ao Pico, extraímos a seguinte passagem: “… deixando um valioso legado em prol do desenvolvimento rural da população do Pico, de onde se destaca a abertura de caminhos agrícolas e florestais, recuperação de baldios, valorização de áreas de património natural e criação de zonas de lazer”.
FAIAL E AS BANDEIRAS AZUIS
Como lemos neste Jornal, pelo menos duas praias faialenses não receberam a já famosa Bandeira Azul da Europa.
Foram elas: Praia do Almoxarife e Porto Pim, esta em repetição, ambas merecedoras de um incentivo com vista à recuperação de tamanha distinção.
Mas não deixámos de ler com agrado referências elogiosas ao Varadouro, uma conhecida estação balnear que, infelizmente, não tem vindo a ser devidamente apoiada, mormente quanto ao seu Balneário há anos construído pela Junta Geral.
Nada li, porém, sobre a concorrida praia da Fajã da Praia do Norte, onde prospera um núcleo de meia dúzia de antigas adegas adaptadas ao turismo rural.
E também sobre os Cedros, relativamente à apreciada poça junto ao porto da Eira que, não há muitos anos, era assaz frequentada.
E, como sempre, a Marina da Horta continua a hastear a Bandeira europeia.
Só lamentamos que não possa ser admirada por mais iatistas, devido a teimosia governamental em não a ampliar, pois barcos não faltam, e com pavilhões às dúzias …