Cientistas e utilizadores do banco submarino Condor reflectem sobre o trabalho já desenvolvido

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Decorreu ontem, no Hotel do Canal, um workshop que reuniu cientistas e utilizadores do Condor, que serviu para mostrar alguns resultados do trabalho desenvolvido até agora naquele banco submarino, abrindo-se também à reflexão e ao debate.

Recorde-se que o Condor foi encerrado às actividades piscatórias e marítimo-turísticas em Abril de 2010, por um período de dois anos, para permitir aos cientistas estudar exaustivamente o local e perceber o impacto da pesca no stock de algumas espécies. Esta medida, proposta pelo Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores, e resultante de negociações entre o Governo Regional e os utilizadores do banco, está neste momento a cerca de metade do período definido para a sua vigência.

Com o encerramento do Condor, os investigadores podem evitar a interferência das artes de pesca com os equipamentos científicos que têm fundeados no local, e também aferir o impacto da não intervenção humana na variação das espécies de peixe, tanto em quantidade como no tamanho dos animais. Estas condições são raras a nível mundial, e por isso o DOP está a aproveitar a proibição de pesca no Condor para desenvolver toda uma série de projectos.

Na ocasião, o subsecretário regional das Pescas admitiu a possibilidade do projecto levado a cabo no Condor ser repetido noutras zonas marítimas do arquipélago. Segundo Marcelo Pamplona, a experiência que está a ser analisada pelo DOP é fundamental para aferir da possibilidade “continuar com estas experiências para mais zonas dos Açores, tendo em vista garantir a sustentabilidade dos recursos e perceber como é que evoluem os recursos marinhos face à exploração pesqueira regional”. Para tomar esta decisão, o governante alerta para a importância de ouvir não apenas os investigadores do DOP mas também os profissionais da pesca.

“Seria perder uma grande oportunidade abrir o banco no final do segundo ano de fecho”

De acordo com o investigador Telmo Morato, o período volvido desde o encerramento do Condor – cerca de um ano -, não permite ainda tirar conclusões sobre o efeito da medida. “O que o fecho do banco permitiu até agora foi a instalação de equipamentos que a médio/longo nos irão permitir conhecer melhor as comunidades que ali habitam”, explica.

Para Telmo, dois anos não são suficientes para perceber a velocidade de recuperação do banco: “se haverá algumas espécies que recuperam rapidamente outras deverão demorar mais algum tempo. O que o exemplo do banco Condor nos permitirá, é perceber esta dinâmica que poderá, depois, ser aplicada a outras áreas, caso se julgue útil. Seria perder uma grande oportunidade abrir o banco no final do segundo ano de fecho”, entende.

Leia a reportagem completa na edição impressa do Tribuna das Ilhas de 01.04.2011, ou subscreva a assinatura digital do seu semanário.

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