Maria Goretti Silva Lino Tavares, 61 anos, frequentou a Casa de Infância de Santo António nos últimos dois anos do regime de internato da instituição.
A antiga aluna recorda a sua adolescência nos anos que frequentou a CISA, afirmando que a sua passagem pela referida instituição contribui de forma positiva para a sua formação pessoal e académica.
Esta reportagem dá seguimento à parceria iniciada, em fevereiro, com a CISA no âmbito dos seus 160 anos.
Natural da Ribeirinha do Pico, Maria Goretti Silva Lino Tavares, 61 anos, reside atualmente na Rua 5 de Outubro, na freguesia da Conceição, é doméstica e frequentou a CISA durante os anos letivos, de 1971 e 1973, que corresponderam aos últimos dois períodos do regime de internato no Colégio.
A antiga aluna revelou ao Tribuna das Ilhas que ingressou nesta instituição “pelas limitações do ensino” que existiam na ilha do Pico na altura e pela vontade dos seus pais de lhe proporcionarem uma melhor formação.
A picoense contou que “numa fase inicial e num regime de internato, com uma disciplina feita por religiosas” estranhou aquele ambiente que era “muito diferente do meio a que estava habituada, para além de estar longe da família e dos meus amigos”.
“Como sou filha única os primeiros tempos foram um pouco difíceis, mas a integração com novas companheiras e amizades acabou por ser fácil”, sublinhou.
Segundo Maria Goretti Tavares, “a qualidade do ensino no Colégio era efetivamente boa, na altura distinguia-se do público, e o internato proporcionava naturalmente uma dedicação maior ao estudo o que também tinha efeito prático no aproveitamento final”.
Goretti avançou ainda que a sua geração tinha muitos “espartilhos”, resultantes de hábitos e de cultura, que eram ainda mais acentuados com o facto de ter nascido e vivido num meio muito pequeno. “Sempre fui um pouco rebelde e de vez em quando quebrava algumas regras, particularmente na forma de vestir (com o uso da minissaia e saltos altos) e, claro, isso dava que falar”, lembrou.
Sobre este aspeto, Maria Tavares salientou que a sua “infância e juventude foi um bom tempo”, mas que a família tinha uma grande influência na tomada de decisões, realçando que “os jovens de hoje têm uma abertura de conhecimento, de pensamento, de liberdade e de independência muito mais largo”.
A ex-aluna, realça que “os anos em que estive no Colégio de Santo António, como interna, marcaram a minha adolescência e contribuíram positivamente para minha formação pessoal e académica”, acrescentado que guarda desse percurso “vários ensinamentos, que ficaram para a vida, e gratas recordações”.
A picoense afirmou ainda que, para além da sua formação na área do ensino, a CISA também lhe proporcionou sentido “de disciplina, de respeito, de autonomia, de companheirismo, de amizades e de cumplicidades”.
A concluir a entrevista, Maria Goretti Tavares referiu que “falar da CISA é para mim sinónimo de um tempo diferente da minha juventude, de bons ensinamentos e de boas recordações”.