Da criatividade.

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O pensamento infantil é naturalmente criativo e imaginativo; emprega metáforas e imagens mentais no processo de aquisição de conhecimento e para dar sentido às vivências pessoais. A criança expressa-se criativamente no seio da comunidade a que pertence, em função das interações que estabelece e dos estímulos que recebe do ambiente. “A criatividade é o melhor exemplo da natureza dinâmica da nossa inteligência e pode fazer apelo a todas áreas da nossa mente e do nosso ser”, diz Ken Robinson. A criatividade implica vários processos como pensar, gerar novas ideias, imaginar diferentes possibilidades, considerar opções alternativas. E as crianças são mestras em imaginar, em sonhar, em aventurar-se, em assumir riscos.
O crescimento – desenvolvimento e transformação cognitiva, emocional, ética e espiritual do indivíduo -, leva à maturação da inteligência, do discernimento, da compreensão; da responsabilidade e à autorregulação. Este crescimento deverá ser potenciado no seio das comunidades, na família e, sobretudo, na escola, através de ações concretas, no sentido de coletivamente se construir uma cultura de abertura ao outro, criativa e tolerante.
Infelizmente, o modelo educativo que herdámos promove o desenvolvimento de uma inteligência parcelada, compartimentada, mecanicista, incapaz de apreender o complexo; que fraciona os problemas, que separa o que está unido e, consequentemente, mata a imaginação e a criatividade. “É uma inteligência míope que acaba por ser normalmente cega. Destrói no embrião as possibilidades de compreensão e de reflexão, reduz as possibilidades de julgamento corretivo ou da visão a longo prazo.”, diz-nos Edgar Morin.
O que é necessário fazer? Aprender e ensinar a pensar fora da caixa e a não ter medo da incerteza, do erro e da complexidade.. A origem etimológica da palavra complexidade é latina, “complectere”, cuja raiz plectere significa trançar, enlaçar. A complexidade impõe-se ao conhecimento e ao pensamento que questiona a ordem do mundo; que integra o incerto, o aleatório, a desordem e a contradição. Abraça-nos e estimula-nos emocionalmente a desfiar os sentidos.
Em oposição à vertente puramente formal da inteligência, a escola deve criar contextos para o desenvolvimento de uma imaginação dinâmica, aberta, visionária e transformadora. A criatividade pressupõe uma atitude operante, transfiguradora, face às coisas concretas. Opera sobre a transfiguração da matéria; transformam o agente num criador. A imanência do imaginário realiza-se na ação; na criação; estrutura-se sobre uma linguagem metafórica; alarga os domínios da compreensão; ultrapassa os limites da racionalidade. A imaginação e a criatividade são dinamismo revelador; movimento libertador que produz Alegria, Bem-Estar Subjetivo, aprofunda a nossa humanidade e dá à vida humana um sentido de grandeza, pois estabelecem a relação dialógica do homem consigo próprio, com o meio social e com o ambiente e realizam a sua natureza Criadora.

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