O futuro longe do passado

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O Governo dos Açores reuniu com a Câmara Municipal da Horta no âmbito da sua deslocação aos Concelhos e nesta cidade ouviu o que tinha a ouvir, dialogou como é a sua prática e decidiu o que é da sua competência decidir.

Não faltarão os pessimistas e os arautos da desgraça – nunca faltaram até hoje! – a desenterrar argumentos para influenciar negativamente a população identificando o que não está feito e o que deveria ser objecto de intervenção imediata.

É fácil cativar adeptos do maldizer porque querer sempre mais é próprio do ser humano. Todos queríamos que o Faial fosse um paraíso para nós e para os nossos visitantes. Mas não podemos ter as escolas, o porto, a Casa Manuel de Arriaga, o projecto de requalificação da Avenida, o bloco C do hospital, o Centro de Adictologia, o DOP, o Centro do Divino Espírito Santo, o Centro de Dia, o Jardim Botânico, a recuperação da Fábrica da Baleia, as casas de aprestos, os caminhos agrícolas, as estradas, os trilhos, os miradouros e muito mais, tudo ao mesmo tempo.

A verdade é que o actual contexto político-económico exigiu da nossa governação redefinir as prioridades, os adiamentos, as parcerias para a execução das respostas adequadas às necessidades das nossas ilhas.

É o que se espera de um governo: que saiba governar. E governar é exactamente adaptar as decisões aos meios disponíveis. Essa é uma gestão difícil – que o governo tem gerido bem, ainda que conte quase sempre apenas com críticas da parte da oposição e nunca com estímulo positivo e colaborante para continuar a obra que está à vista de todos.

Esta é que é a reflexão que tem de ser feita no actual enquadramento político-financeiro.

Destaco, por me parecer estruturante e complementar à obra do porto, o projecto de requalificação da chamada Avenida Marginal. O Governo e a Autarquia em parceria vão abraçar este projecto que honrará a memória da cidade, há mais de um século ligada ao seu porto e tendo nele um dos seus principais pólos de desenvolvimento. No século XX como no século XXI, por diferentes razões, continuamos a respirar parte do nosso progresso no mar e a vivenciar as suas belezas, a conhecer as suas potencialidades e a privilegiar a investigação ao cuidado do DOP – pólo de excelência do mar. Este projecto integrado (porto e avenida) é uma aposta no futuro que o Governo, numa época de difícil gestão porque de parcos recursos, tem a coragem de assumir. Congratulamo-nos com esta visão estratégica e rejeitamos veementemente o registo dos discursos de quem, na ânsia de protagonismo e de colher os votos que há muito não lhe são favoráveis, tenta denegrir as imagens do Governo, da Câmara e do Partido Socialista no Faial, e procura, por todos os meios possíveis, inventar o que não se faz e obscurecer o que se faz.

Uma palavra de regozijo também para a fusão da administração dos portos na empresa Portos dos Açores S.A., a poupança de custos que representa e a decisão da sua sede no Faial. Se a sede ficasse instalada noutra ilha, já estava o discurso da desgraça instalado nesta cidade e até a tentativa de revoltar o Faial contra as outras ilhas – registo que representa um retrocesso de 30 anos no caminho autonómico.

O futuro do Faial não passa, seguramente, por esta atitude do passado.

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