1º andamento
No princípio era a imensidão dos horizontes e o mar. E o mar cresceu em vagalhões. E o vento soprou tempestuoso. E o céu se desgrenhou de chumbo. Explodiu o vulcão. O magma solidificou-se. E as ilhas ficaram horizontalmente aquietadas. Depois vieram gentes. Cumpriu-se o povoamento. E no rochedo fomos gerados. E cá ficámos. Cá estamos. Encharcados de nevoeiro e humidade. A olhar a linha do horizonte que se avista e que nos desafia a sair da ilha ficando nela.
2º andamento
No fundo do mar talvez esteja a civilização morta da Atlântida. Talvez o mito. Talvez a fábula. Talvez o lugar deslumbrante da lendária Antília, a ilha misteriosa. Ali, talvez ainda exista a serpente que devorava navios. Ali devem ainda estar refugiados os sete bispos fugidos à invasão muçulmana de Tárique e Musa. Ali viverá ainda a princesa encantada escondida no fundo das águas, emergindo nas noites túmidas de luar para tomar posse do seu reino, as Sete Cidades!
3º andamento
Ah, o mistério insondável do mar! Ali se despedaçaram as primeiras naus que partiram em viagens de exploração. Ah, quantos esqueletos de barcos afundados, quanto ouro naufragado nas profundidades adormecidas do oceano! Quantas âncoras de búzios e corais! Quantos palácios de algas e sargaços! E quantos destroços flutuando no vaivém das ondas!
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