Requalificação paisagística da rotunda da Santa

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A Secretaria do Turismo e Transportes, através da sua Delegação de Ilha está a proceder à requalificação paisagística da rotunda da Santa, importante nó de ligação entre as estradas regionais 1-1ª e 1-2ª da Ilha do Faial.

Esta intervenção, integrada no projeto ValorUrb, tem como conceito a valorização do património cultural e arquitetónico presente na ilha, à semelhança do sucedido na requalificação da rotunda do Pasteleiro, alusiva à cultura do pastel.

Nas suas imediações, para nascente, encontra-se um moinho de vento com interesse patrimonial, visível a partir da rotunda e cuja presença é aproveitada como conceito para a intervenção. Sendo os moinhos de vento dos Açores uma manifestação da cultura e arquitetura populares destas ilhas, e que têm especificidades próprias em cada ilha. O moinho que se encontra na proximidade desta rotunda é um dos tipos do Faial, um moinho fixo de pedra e que terá tido velas triangulares de pano, sendo um exemplar raro uma vez que a maior parte destes moinhos não resistiram ao terramoto que assolou o Faial em 1926.

Esta intervenção pretende dotar a zona de uma maior visibilidade e carácter, atendendo à proximidade ao Miradouro de Nossa Senhora da Conceição e à sua posição estratégia como zona de passagem para a parte norte da ilha do Faial, bem como o facto de ser a ligação mais habitual de regresso da Caldeira para a Horta, estrada regional que passa por outros moinhos de vento e vem confluir a esta rotunda.

Neste contexto, e face à sua localização, esta requalificação tem como objetivo, evocar os moinhos de vento do Faial, sendo que uma das tipologias as suas velas triangulares. São esses triângulos que se pretende trazer para esta rotunda, por meio de pequenos muretes em pedra de basalto, assim como o movimento de rotação das velas dos moinhos, por meio de modelações de terreno que com a sua suavidade o evocam.

Pretende-se que estes elementos sejam adicionados ao espaço verde sem prejudicar fluidez do trânsito ou a sua segurança, a prioridade máxima em termos de conceção deste tipo de espaços de enquadramento. Assim, as modelações de terreno e muretes projetados foram cuidadosamente verificados de modo a garantir a visibilidade de quem pretende entrar na rotunda ou se encontra a circular nela. Estas modelações evocam o rodar das velas do moinho com o seu movimento ondulatório, e simultaneamente conferem abrigo à vegetação que se pretende plantar mais para o interior da rotunda.

Junto ao limite da rotunda e numa extensão de dois metros para o interior, para além das modelações e muretes de pedra seca, apenas se prevê a plantação de relvado. Mais para o interior da rotunda foram plantados três espécies de pequenos arbustos de revestimento e de uma herbácea de revestimento. Estas espécies são adequadas às condições de exposição aos fortes ventos salinos que aqui se podem fazer sentir e permitem uma diferenciação dos diferentes lados da rotunda, uma vez que as diferentes espécies são adaptadas a diferentes condições de exposição.

Junto à araucária foi colocado um revestimento em seixo rolado de basalto, uma vez que esta zona será a que tem maiores condições de sombreamento. Aqui apenas se prevê plantar três exemplares de fetos, que suportam estas condições desde que abrigados dos ventos pelas outras plantas. Em todo o limite da rotunda também se aplica uma faixa de seixo com 0.40m de largura de modo a favorecer a drenagem e impedir que as águas pluviais escoem para a rotunda.

 

Nos separadores de trânsito a nascente e poente, será executado, posteriormente, uma modelação de terreno que antecipe a rotunda e permita assim avisar da sua aproximação. No separadoro a norte, que separa a Estrada Regional N1-1A da Rua General Humberto Delgado, deverão ser plantadas herbáceas de revestimento.

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