Um Hiper… às avessas!…

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 Longe vai o tempo em que (quase) todos os faialenses ambicionavam ter um Hiper…

Recente vai o tempo em que todos os faialenses ambicionam ter… um segundo Hiper!

Enquanto não havia hipóteses de termos mais um Hiper ou Super… tivemos o Hiper que nos quiseram dar, com a disponibilidade, a qualidade e os preços que nos quiseram dar.

Mais recentemente, com a crise, com a queda nas vendas e com a ameaça de alguma possível, eventual e próxima concorrência, como que por magia… com pós de perlimpimpim, e com a máxima urgência… para ontem, de repente tudo muda, tudo se encaixa, tudo se força para que o Faial venha a ter a melhor oferta, que há tanto reclamava, e que afinal, tinha direito.

Mas será realmente assim?

Lá rápida e recheada de atropelos foi, é e continua a ser a obra, para que os consumidores não fiquem prejudicados (?) e para que o desempenho (lucro) de uma das melhores lojas do pais, não saia beliscado.

Quanto à qualidade há muito esperada, terá sido adiada, e provavelmente ficará à espera do próximo, futuro e eventual segundo Hiper.

O Pronto-a-Vestir encolheu para dar lugar a um Desporto, recheado das cores, dos tamanhos e dos modelos que são menos preferidos lá por fora, mas que, por aqui, assentam muito bem, mesmo que a cor não seja a que preferimos, que o tamanho não seja o certo, ou que o modelo não seja da última moda…

Não interessa…, o que interessa é que se limpe o stock, e que assim o Faial contribua para a diminuição dos monos que já têm um reduzido interesse comercial, por outras bandas bem mais evoluídas do que a nossa triste praça.

Mas em alturas de crise, o que interessa mesmo, é a barriga, de preferência, a nossa própria barriga, pelo que a alimentação é o que está a dar.

E aí a expectativa era grande, e continua a ser, até porque as obras ainda não acabaram!…

Maior espaço, há, pelo menos no interior da loja, para que a área de exposição seja maior…, o mesmo já não se poderá dizer da área de armazenagem, muito menos do estacionamento, em que diminui drasticamente o nº de estacionamentos disponíveis por metro quadrado de loja.

O mesmo se poderá dizer do nº de caixas, em que diminuem em número e em espaço disponível entre caixas, onde passar o carrinho entre a nossa caixa e a cadeira e a operadora da caixa seguinte, é uma operação de condução que exige algum perícia, para não provocar um acidente… laboral.

A organização dos produtos na loja é um autêntico labirinto, não só porque mudaram de sítio, mas porque mudam de prateleira frequentemente, porque coexistem em espaços sobrepostos e impensáveis, sem que tenha sido acautelada uma informação adicional e atempada, física e humana, face às novas opções de exposição, de difícil percepção.

Mas tudo isto se suporta, até com alguma ironia e riso… de nós próprios, em percursos pedonais desmultiplicados, tal é o número de quilómetros que fazemos a mais dentro da loja, pela nossa saúde, o que até parece um contra-censo, fase à nova oferta dentro da área básica da… saúde!

Mas será mesmo assim? Estariam dispostos a que uma nova loja de saúde ficasse… às moscas? Ou melhor, aos pardais, que continuam teimosamente a descobrir o caminho certo e mais curto para esta loja, que até deixou de ser…. modelo!

Nada mais fácil de resolver, e dar uma ajudinha ao negócio, baixando exageradamente a temperatura do ar condicionado, para que, neste Outono quente, se antecipem as constipações, e fiquemos todos a combater o “pingo” do nariz. Ainda se fosse o esperado e ambicionado Pingo Doce, seria muito bem vindo, e ninguém se importaria de dar um espirro extra, de satisfação…

Mas não, por cá o pingo continua irritante, e, de doce… não tem nada!

Com menos caixas, e com menos espaço, nada de mais acertivo do que sobrecarregá-las com o peso dos frescos (quando o são), das frutas e legumes.

Se lá fora funciona, porque não aqui?

Porque aqui não funcionou o cêntimo pedido pelo saco numa Padaria, durante um pequeníssimo, curto e irreversível período, em que os clientes outro pão experimentaram…, e gostaram, até hoje!

Porque aqui também não funciona o self-servive duma Estação de Abastecimento de combustíveis, face à comodidade do cliente em não sujar as mãos com o cheiro do precioso líquido.

Como por aqui também não funciona, quando nos Saldos e/ou Promoções, algum Comércio Tradicional se recusa a aceitar as trocas, o cartão de crédito, ou a embalar para oferta.

Como também não funciona ter os estabelecimentos protegidos com um “guarda-vento”, pois o cliente, pura e simplesmente, não abre a porta para entrar, seja pelo incómodo, seja pela timidez…

Porquê?  Não sei. Mas que não funciona, não funciona, e não é por sermos melhores do que os outros, é pura e simplesmente por sermos nós, por sermos faialenses, ou por sermos… tradicionais.

O que tem funcionado por cá, e muito bem, por sinal, é o esforço em contornar as promoções nacionais, fazendo recolher ao armazém os produtos que todos procuram, mas que não se quer vender a preços reduzidos…, ou simplesmente, para nos obrigarem a comprar aqueles não queremos… O mais curioso é que, terminada a promoção, os produtos logo reaparecem… a preço normal, mesmo sem ter havido nenhum barco de carga que os trouxesse… Curiosa, sem dúvida, esta forma, doméstica e perversa, de fazer marketing, do baixo e barato que conheço!…

Mas voltemos ao peso das frutas e legumes do Hiper.

Tal medida, inovadora e muito moderna, está a trazer transtornos e prejuízos aos clientes, em várias frentes, umas conscientes, outras nem tanto.

Primeiro, o tempo que se perde nas caixas, com as meninas à procura dos códigos, é grande e desconfortável… até que temos que dar uma ajudinha, tal é a dimensão da tarefa que foi imposta a estas operadores de caixa.

Porque não são especializadas nessa tarefa, e, como tal, não têm a mesma experiência e agilidade das anteriores operadoras das balanças, no local próprio, que só faziam aquelas pesagens, de manhã à noite. Um trabalho simples, mas eficaz, fiável e rápido.

Serei eu avesso à mudança? Nem por isso, desde que seja para melhor, e que o consumidor saia…, de preferência, beneficiado.

Quando o consumidor sai enganado, aí sim, protesto, e ninguém me cala, porque do lado da minha voz está a razão e a verdade, que afecta o meu bolso.

Em segundo lugar, não serão uma horas de formação que transformarão uma operadora de caixa, numa eximia operadora de balança, não pela tarefa em si, que aparentemente é simples, mas pela razão básica que não conhecem nem sabem distinguir as frutas e os legumes que pesam.

Numa única venda, é inaceitável errarem 3 (três) vezes: banana importada com banana regional, uva Red Globe com uva preta, e couve branca com couve lombarda, em claro prejuízo da bolsa do cliente.

Mais caricato ainda, é quando as operadoras de caixa não conseguem distinguir os diversos citrinos, as couves brancas dos repolhos, as courgettes dos pepinos, entre muitas outras variedades!!!…

Em terceiro lugar, deixámos de ter o talão, fresco a fresco, que vinha colado no saco, e que nos permitia conferir a descrição, o peso, o preço e o total pago… Economias prejudiciais à informação ao consumidor, e à rapidez e transparência daquilo que compramos.

Esta situação é verídica, factual e frequente.

De nada servirá seleccionarmos o produto da nossa preferência, ou o melhor preço, porque quando chegarmos à caixa, o risco de pagarmos “lebre por gato” é muito alta.

Esta é uma situação insustentável, e que urge resolver, até porque a época que atravessamos não é para graças nem equívocos, quando é o nosso bolso que está em causa.

Até que o Hiper consiga resolver esta fraude, resta-nos ficar alerta, e registar bem todos os produtos que colocamos no carrinho, e voltar a conferir na caixa o “Preço Certo”.

Dará trabalho, mas será a única forma de pagarmos o que compramos.

A crise, assim o exige!

 

Contributos, para

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