Eleições: mais uma leitura…

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No dia 1 de Julho iniciar-se-á a 8ª legislatura do Parlamento Europeu, com os eurodeputados recém-eleitos a tomarem posse e a participarem de imediato na primeira sessão plenária em que se elegerá o Presidente.

Entre as eleições e a tomada de posse, já os vários grupos políticos começaram a trabalhar e o Partido Popular Europeu (Democratas-Cristãos)/PPE e a Aliança Progressista dos Socialistas & Democratas no Parlamento Europeu/S&D  acordaram na habitual rotatividade da entre ambos da presidência do Parlamento, sendo o representante socialista o que presidirá durante os primeiros dois anos e meio, e o representante do PPE o que assumirá a presidência na segunda parte do mandato.

Mas este não será o único evento a marcar a agenda europeia no início de julho que, aliás, promete ser bastante agitado. 

No Parlamento, o Grupo, do conservador e eurocético Nigel Farage, Europa da Liberdade e da Democracia/EFD tornou-se a terceira força política do Parlamento, com 48 deputados, tendo como agenda a destruição do projeto de união europeia. Partilhando este mesmo objetivo, surge agora, na sua máxima força no Parlamento, a extrema-direita principalmente representada por Marine le Pen. É verdade que não conseguiu constituir-se como Grupo Político, para o que necessitaria, cumulativamente, de um mínimo de 25 deputados oriundos de sete Estados-Membros, tendo apenas conseguido reunir deputados de cinco Estados-Membros. Mas a sua ação não deixará de se fazer sentir e de pesar, frequentemente associada à de Farage, contra a construção europeia que tem financiado o nosso desenvolvimento.

Simultaneamente, o Presidente da Comissão Europeia deverá ser escolhido entre Jean-Claude Juncker, apoiado pelo PPE que ganhou as eleições, Martin Schultz, apoiado pelos Socialistas, ou ainda um candidato alternativo, no que seria um total desrespeito pelas eleições europeias. De acordo com o Tratado de Lisboa, esta é uma competência do Conselho que, na sua escolha, deverá atender aos resultados das eleições europeias, devendo ainda o nome escolhido ser votado pelo Parlamento Europeu. Ao nível do Conselho e também do Parlamento a maioria em torno de Juncker tem-se vindo a avolumar, ao mesmo tempo que o atual presidente do Conselho, Herman Van Rompuy, aceita a reivindicação do Primeiro-Ministro inglês, David Cameron, o principal opositor de Juncker, para vir a votar o nome deste no Conselho. Perdendo, reforça-se a ameaçada de referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia, com as previsões a mostrar uma crescente oposição à Europa. Este seria um golpe irrecuperável para a União Europeia que também se preocupa com os movimentos nacionalistas e independentistas na Escócia, na Catalunha, entre outros. E como se toda esta agitação não fosse suficiente, no dia 1 de julho muda também a presidência da União Europeia, terminando a grega e começando a italiana, com um novo programa de trabalho.

 O primeiro problema que quererá resolver é o do orçamento da Comissão Europeia para 2015, o qual está a gerar forte polémica com vários Estados-Membros a considerarem o projeto de aumento de 4,9% da despesa, isto é, mais 142 mil milhões de euros, totalmente inaceitável.

Vai ser um início de legislatura interessante!

Para quem se inicia agora nestas lutas, para os novos eurodeputados, desejo as maiores felicidades, a bem dos Açores.

www.patraoneves.eu

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