JOSÉ DE FREITAS TRIGUEIRO (1863-1941) – Lavrador e político

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Nasceu no lugar da Fazenda, freguesia e concelho de Lajes das Flores a 23 de Fevereiro de 1863, filho de Francisco José Trigueiro e de Maria de Jesus. 

Tinha várias irmãs e irmãos, entre os quais Manuel de Freitas Martins Trigueiro (1860-1940), que na Califórnia foi proprietário, director e editor do jornal “A União Portuguesa”, que ali foi publicado entre 1887 e 1942, e Félix de Freitas Trigueiro (1868-1944), também emigrado na Califórnia onde foi bancário e jornalista. 

Possuidor de uma excelente instrução, também ele com tendência para as letras, apesar da pouca escola que recebera. Assim, foi durante muitos anos correspondente daquele jornal na ilha das Flores, para ele escrevendo e canalizando as notícias do que de mais importante se passava na ilha, com o fim de informar a grande comunidade florentina no tempo existente naquele Estado americano. Para o substituir nessa tarefa, foi indicado meu pai, José Gomes Trigueiro que, depois do jornal ter cancelado a sua edição, em 1942, manteve essa tarefa para o “Jornal Português”, que pertencia a Pedro Laureano Claudino da Silveira, casado com a fazendense Maria V. Nunes Silveira, e que era tio do grande poeta florentino Pedro da Silveira. 

Em 6 de Fevereiro de 1890 José de Freitas Trigueiro casou na igreja das Lajes com Ana Felizarda Vasconcelos, de cujo casamento nasceram vários filhos, alguns dos quais falecidos por ocasião da peste ou tifo de 1920, sobrevivendo a essa epidemia a filha Laura de Freitas Trigueiro. 

Embora lavrador de profissão, exerceu durante algum tempo o cargo de Presidente da Câmara Municipal e  de Administrador do Concelho de Lajes das Flores, talvez por mais de uma vez, estando, por exemplo, a desempenhar esses cargos quando a igreja da Fazenda foi inaugurada, em 25 de Março de 1906, tendo assinado nessa qualidade o respetivo Auto de Bênção, como se pode ver no Capítulo do livro dedicado a essa igreja. 

 

Foi um dos fundadores do Sindicato de Laticínios da Fazenda, quando este foi constituído em 1 de Janeiro de 1918, conforme escritura lavrada por Fernando Joaquim Armas na Casa de Espírito Santo da mesma localidade, tendo assumido a presidência da respetiva Direção. Exerceu esse cargo com dedicação e saber, uma vez que foi eleito para o mesmo durante vários mandatos, a ele dedicando, gratuitamente, muito do seu tempo disponível.  

Fez parte também da Comissão encarregada da construção do cemitério da Fazenda, e, salvo erro, da primeira Comissão Administrativa da Junta de Freguesia da Fazenda que, em 1919, administrou a freguesia até às respetivas eleições. 

“Tio José Trigueiro”, que ainda recordo a frequentar uma tertúlia de amigos – no  lugar do “Lameiro”, à Ribeirinha – em cujas conversas ele emprestava saber e cultura, quando faleceu, em 7 de Setembro de 1941, deixou um vazio de saudade que os seus companheiros que lhe sobreviveram recordariam frequentemente. 

Era, no seu tempo, um dos fazendenses mais bem conceituados residente na Fazenda. 

 

BIBL: “Retalhos das Flores – Factos Históricos do Século XX”, p. 55, (2003), ed. da C. M. de Lajes das Flores, de José Arlindo Armas Trigueiro; “Florentinos que se Distinguiram”, p. 97 e 111, (2004), ed. da C. M. de Lajes das Flores, de José Arlindo Armas Trigueiro; Trigueiro, José Arlindo Armas, “Fazenda das Flores, Um Século de Sucesso(1900-2000)”, (2008), pp. 223, ed. da Câmara Municipal das Lajes das Flores.  

 

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