Participação – novo rumo

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 Há que mobilizar a sociedade açoriana e, consequentemente, a faialense para a nova economia, para o novo tempo, onde as empresas e a inovação empresarial ditarão o futuro próximo, pois a coisa pública não vai aumentar!

O futuro nos Açores e no Faial depende do empreendedorismo empresarial e da inovação, pelo que não podemos estar a entrar numa espiral de pessimismo derrotista e fatalista; nesta fase, se baixamos os braços, poderá ser literalmente a morte do artista.

Os faialenses não podem esperar que decidam sobre as suas oportunidades, sobre as suas capacidades, não se pode colocar em mãos alheias o nosso futuro, temos que sair do nosso frágil aconchego.

Os tempos que vivemos requerem um novo paradigma económico, um novo modelo, e assim, os partidos políticos, as instituições, a universidade, mas principalmente a sociedade civil, os mais interessados devem ser chamados para darem um contributo sobre como se deve desenvolver os Açores e o Faial.
Este novo rumo necessário para o desenvolvimento económico, este novo modelo não pode ser apenas para o prazo de uma legislatura, pois 4 anos é pouco tempo para a implementação de um novo paradigma de negócio, há que pensar a 10 anos.

Podem, com certeza, vir estudos e pessoas de fora para nos ajudarem nesta reflexão, mas mais uma vez vamos contar connosco, com as nossas forças vivas. E o ideal é que esta participação se faça sem medos, já que parece que quem participa em atividades partidárias fica conotado, bem ou mal, caso seja ou não do partido no poder.

Parece muitas vezes que a democracia, o livre arbítrio ainda não chegaram ao nível que deveriam na nossa terra, e com consequências negativas, pois muitas pessoas válidas quase que são coagidas a não participarem.

Este apelo à participação civil e à cidadania faz ainda mais sentido neste ano eleitoral, em que os partidos se devem comprometer com os eleitores e devem ser estes a mandar. Estar calado nesta fase é consentir que nos governem de fora.

Estes compromissos devem ser claros e transparentes, exequíveis, assentes em parcerias e, consequentemente, em sinergias, e juntos e conhecedores dos objetivos, com os devidos apoios, será mais fácil chegar a bom porto.

Na Horta este mês já houve umas jornadas parlamentares cujo tema foi o mar, a propósito das quais os jornais deram conta de alguns empresários do setor que deram o seu contributo; há que promover mais iniciativas destas e mais participadas pela sociedade civil.

Como já tenho escrito sobre a economia do mar, não posso deixar de estranhar que não tenha visto na imprensa acerca desse evento aquilo que gostava de ver, sinais de que o futuro da economia relacionada com o mar que tem sido seguido venha a ser mudado radicalmente. Espero que o compromisso assumido tenha sido o de emendar as asneiras que têm sido feitas.

De facto, espero que se corrija quase tudo, desde a pesca, em que os rendimentos dos pescadores não são sustentáveis, onde não há valorização do mercado do peixe, não há a colocação deste em mercados de valor acrescentado, onde há níveis precários de escoamento de pescado (mas existem novos voos para a Europa?!), onde se pesca quase diretamente para o aterro sanitário.

Que se corrija a existência de duas empresas de transporte marítimo de passageiros, em que uma, sem barcos, tem mais subsídios do que a outra e a que tem mais passageiros tem embarcações que já não servem o mercado há muito tempo.

Já nem vou falar nas plataformas logísticas de transporte de mercadorias, acerca das quais os empresários em frente aos políticos dizem uma coisa bem diferente do que aquela que os políticos fazem…estranha coisa…

Ainda há mais, mas espero, sobretudo, que se corrija o tremendo erro de não construir um parque tecnológico do mar no Faial. Sem este, estas jornadas sobre o mar terão sido apenas para inglês ver.

                                                                        [email protected]

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