Plenário: PAN/Açores acusa sucessivos Governos Regionais de não acautelarem a soberania alimentar açoriana

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No decorrer do debate de urgência a respeito das consequências políticas, sociais e económicas, nos Açores, da invasão russa da Ucrânia: medidas e respostas, na Assembleia Legislativa dos Açores, o PAN/Açores acusou os sucessivos Governos Regionais de não acautelarem a soberania alimentar açoriana.

No decurso do longo debate, o Deputado Pedro Neves salientou que, apesar de pertinente, pelo momento que atravessamos e das consequências que se antevêem, o foco central deste debate já deveria ter ocorrido, na medida que já há largas décadas os Açores estão demasiado dependentes dos mercados externos e que, apenas agora, com esta guerra na Ucrânia, estamos a “correr atrás do prejuízo, ao invés de sermos mais proactivos e actuarmos de forma preventiva”.

O Deputado Pedro Neves apontou ainda que os Açores apresentam, desde 1986, uma balança comercial muito pouco homogénea e sempre com saldo negativo entre as exportações e importações, ficando a nossa região à mercê dos mercados externos e dos preços por estes tabelados.

Para o PAN/Açores, tal resulta do facto dos anteriores Governos não terem promovido a diversificação alimentar, seja na produção de cereais ou de productos hortícolas nem acautelarem um plano de ação para a redução do saldo negativo entre as importações e exportações e conseguir diminuir a nossa dependência alimentar.

Apesar de reconhecer a tentativa do actual Governo em promover algumas alterações na produção agrícola, o partido defende que não são suficientes para retirar o peso da ainda subsistente monocultura da vaca, que fragiliza e compromete a soberania alimentar dos Açores. O Deputado Pedro Neves ressalvou ainda que a única produção de cereais existente nos Açores é para alimentação e produção animal.

O parlamentar do PAN/Açores firmou ainda a urgência de se apostar na transição energética.  Sendo inevitável o aumento dos combustíveis fósseis e o comprometimento das cadeias de distribuição, em decorrência da guerra na Ucrânia, os preços dos productos alimentares e a escassez de certos bens será uma realidade, que infligirá um sobre-esforço às famílias açorianas.

“Não podemos controlar, no contexto que atravessamos, o aumento dos preços dos combustíveis, mas poderíamos ter acautelado os efeitos que estes aumentos significarão para as famílias açorianas, se se tivesse apostado na transição energética e independência alimentar”, afirmou o Deputado Pedro Neves.

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